Paraná
Aluna da classe especial conquista prêmio na categoria Redação no Agrinho
Apaixonada por ler e escrever, Maria Fernanda Dalla Costa Domingues, de Cornélio Procópio, venceu com um texto sobre um mundo melhor
A edição 2023 do Concurso Agrinho marcou a vida de Maria Fernanda Dalla Costa Domingues, de 12 anos, que esteve presente na festa de premiação . Estudante da classe especial da Escola Municipal Dr. Acyr Ivo Carazzai, em Cornélio Procópio, na região Norte do Paraná, Maria Fernanda foi premiada na categoria Redação do 3º ano do Ensino Fundamental com um texto sobre atitudes para tornar o mundo melhor e o respeito ao homem do campo. No ano passado, Maria Fernanda já havia sido premiada, mas, na época, na categoria Desenho para classe especial.
"O Agrinho me ensinou a cuidar do mundo e do campo."
Maria Fernanda Dalla Costa Domingues, aluna da classe especial da Escola Municipal Dr. Acyr Ivo Carazzai, em Cornélio Procópio
No texto premiado no concurso, a estudante, que é apaixonada pela leitura e pela escrita, demonstra, com clareza, a profissão que deseja seguir no futuro: “médica de pets”. “Quero melhorar o mundo salvando a vida dos animais”, sentencia.
Não é de hoje que a inclusão faz parte do Programa Agrinho, desenvolvido há 28 anos pelo Sistema FAEP/SENAR-PR. Tanto que, em 2020, foi firmada uma parceria com a Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Paraná (Feapaes-PR). Com isso, a partir da edição de 2021, o concurso passou a ofertar novas categorias exclusivas para os alunos das Apaes . Em 2022, o Sistema FAEP/SENAR-PR também elaborou materiais didáticos adaptados para os estudantes dessas instituições, seguindo estratégias pedagógicas utilizadas pelas Apaes.
Segundo a professora Elaine Cristina Costa Claro, a própria Maria Fernanda decidiu participar do concurso com uma redação. “Como trabalho bastante a produção de texto, ela sentiu necessidade de escrever. O leitor tem uma ampliação do vocabulário e das ideias, por isso a Maria Fernanda tem essa facilidade de se expressar”, afirma a professora da classe especial, que diariamente se dedica a criar desafios e oportunidades para a turma. “Eu entrei em êxtase com a premiação, porque tem todo um trabalho que a gente realiza dentro da sala de aula, mas o mérito é dela”, complementa.
Maria Fernanda na premiação do Agrinho 2023
A conquista da Maria Fernanda comprova que o potencial de um aluno está diretamente ligado ao incentivo dentro e fora da sala de aula. Além da professora Elaine, que não deixou a categoria do concurso ser um impedimento para a participação da estudante, a mãe da Maria Fernanda, Yasmin Dalla Costa, não mede esforços para ajudar a filha a se desenvolver e a melhorar sua aprendizagem. Yasmin conta que, desde a gravidez, sabia que Maria Fernanda seria uma criança especial e, por isso, sempre buscou acompanhamento com especialistas.
"A Maria Fernanda está na classe especial há seis anos. Ela conseguiu uma vaga em um projeto do município que dá assistência para crianças especiais. Desde então, deu um salto na evolução. Ela ama ler, sempre está com um livro nas mãos e carrega para todo canto."
Yasmin Dalla Costa, mãe da Maria Fernanda
A evolução de Maria Fernanda foi tamanha que a escola já planeja seu remanejamento para uma sala de ensino regular no próximo ano. Segundo a diretora, Gláucia Leite Togame, a promoção da inclusão é uma prioridade da escola. A estratégia pedagógica é fazer com que esse processo seja naturalmente absorvido pelos alunos e professores, para que seja, de fato, parte do dia a dia.
“Na classe especial, temos alunos em vários níveis de aprendizagem e, por isso, decidimos aceitar o desafio e deixar a Maria Fernanda participar como queria. Ela se sentiu muito estimulada com o tema do concurso, justamente porque é uma menina envolvida nessas questões do meio ambiente, além de amar ler e escrever”, explica.
Para colaborar neste processo de inclusão e na aprendizagem dos alunos especiais, o Programa Agrinho oferta às escolas das redes pública e privada, no total, 16 livros, sendo três adaptados de materiais já existentes e 13 completamente novos , desenvolvidos com base no Método Abacadá, que busca alcançar a eficácia nos processos relacionados ao ensino e a aprendizagem em alfabetização dos alunos com deficiência intelectual que estudam nas Apaes.
Os materiais especiais do Agrinho, apesar de serem desenvolvidos com foco nas Apaes, podem ser utilizados pelas escolas regulares que possuam classes especiais, turmas com crianças nas fases de pré-alfabetização e alfabetização, ou por qualquer escola que avaliar pertinente sua utilização.
Confira as fotos da premiação do Agrinho 2023
Confira os ganhadores do Concurso Agrinho 2023