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Paraná

Agrinho apostou em digitalização para driblar pandemia
Digital

Programa precisou se readaptar para acontecer em formato remoto. Transformação digital ficará de herança para os próximos anos

22 de novembro 2021

Por: Comunicação Social – Sistema FAEP/SENAR-PR

Com o início da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020, o Sistema FAEP/SENAR-PR sentiu a necessidade de adaptação do Programa Agrinho. Foi preciso mudar conceitos, atualizar ações e contornar obstáculos para manter – e aperfeiçoar – o maior programa de responsabilidade social da entidade, que envolve milhares de professores e alunos do Paraná.

O fechamento das escolas e o isolamento social exigiram a digitalização da educação, uma proposta que ainda não era explorada de forma integral pelo Agrinho. Tratou-se de uma mudança sociocultural que exigiu a adoção de processos educacionais cada vez mais dinâmicos e interativos.

“O Agrinho se reinventou nesses dois anos. Fez-se necessário o desenvolvimento de materiais no formato de recursos educacionais abertos para que os professores pudessem trabalhar os conteúdos com seus alunos, fazendo uso de ferramentas tecnológicas e outros recursos midiáticos. Buscamos usar a tecnologia a favor dos processos educacionais de maneira a melhorar a qualidade do ensino nas escolas públicas e particulares”, destaca Patrícia Lupion Torres, consultora pedagógica do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Em 2020, o programa viveu a sua primeira experiência em formato remoto. Foi um ano atípico para todos os envolvidos, principalmente diante das incertezas que acometiam o momento, o que exigiu compreensão e versatilidade. Com a realização das campanhas “Agro pela Água” e “Todos Contra a Dengue”, o programa apostou em um formato diferente, trazendo o Agrinho para a internet.

A escolha dos temas das campanhas partiu da preocupação em debater assuntos que, além do novo coronavírus, precisavam de atenção por parte da sociedade paranaense: a crise hídrica, que assola o Estado desde 2019; e a epidemia de dengue, que deixou diversos municípios em situação de alerta.

Junto dos materiais digitais foram lançados jogos online com desafios e vídeos interativos. Os cursos de Edu cação à Distância (EaD) do Agrinho, destinados aos professores, foram atualizados para a realidade do ensino remoto, com revisão de metodologias, além do desenvolvimento de novos títulos já em consonância com esse novo processo educacional. Assim como as campanhas, o concurso também foi realizado de forma remota, com revisão de itens e categorias.

Segundo o gerente do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/ SENAR-PR, Arthur Piazza Bergamini, todos os parceiros do programa contribuíram para que o Agrinho fosse reajustado e realizado de forma online, mantendo sua essência e minimizando os impactos negativos da pandemia. “Algumas ações já estavam previstas na reformulação do programa, mas acabaram acontecendo em meio à pandemia, o que culminou em um processo generalizado de aprendizagem e definição de novas estratégias”, afirma.

Mobilização digital

Com a continuidade da pandemia, o Agrinho manteve seu formato remoto em 2021. No entanto, após um ano, foi possível avaliar o desempenho do programa e construir um novo processo de aprendizagem. “A educação é um processo contínuo. O Sistema FAEP/ SENAR-PR está sempre se adaptando e estudando alternativas para que o Agrinho amplie o envolvimento de professores e alunos do Paraná e esteja de acordo com suas necessidades”, aponta Josimeri Grein, técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Resultado disso é que, na edição deste ano do concurso, foram mais de 4,8 mil inscrições – número que se aproxima da mobilização de 2019, antes da pandemia, quando o Agrinho recebeu cerca de 6 mil trabalhos.

Parcerias

Para 2021, o programa também trouxe novidades. Foram firmadas parcerias com a Federação das Apaes do Estado do Paraná (Feapaes-PR) e com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e do Esporte (Seed), que resultaram em novas categorias para o concurso.

O Agrinho voltou sua atenção para a educação especial, cujos alunos sofreram mais os impactos da transição abrupta para o ensino remoto. Além das novas categorias, foram desenvolvidos materiais adaptados para auxiliar estes alunos e seus professores no processo educacional e no retorno às atividades presenciais, muitas vezes combinando o ensino remoto – o formato “híbrido”.

“O Agrinho sempre atendeu estes estudantes, mas agora sentimos a necessidade de trazer um olhar mais direcionado, incluindo novas ferramentas e especificações no concurso que vão ao encontro das necessidades educacionais das escolas”, observa Bergamini.

As categorias ensinos Fundamental II e Médio foram incluídas por meio do Sistema Redação Paraná, uma plataforma de inteligência artificial para auxiliar na correção dos textos dos alunos. A ferramenta auxilia os estudantes no treino da escrita e alcance de melhores resultados nas redações, e permite que os professores tenham mais tempo para focar na argumentação e nas ideias do texto, devido à pré-correção rápida e otimizada feita pelo sistema. Na mesma proposta de digitalização, está a categoria Escola Agrinho, que premiou escolas com laboratórios de informática.

A qualificação e especialização dos docentes também foram pontos de atenção em 2021, principalmente, no sentido de fomentar o engajamento dos professores diante da nova realidade de ensino. Por isso, foi realizado o 3º Seminário de Formação de Professores do Programa Agrinho, com participação de autores dos livros didáticos, formando um espaço de debate entre professores, diretores das escolas e pedagogos. Posteriormente, o evento foi adaptado e disponibilizado em formato de curso EaD, com oferta até o final de 2021 e emissão de certificado de 40 horas aos aprovados.

Apesar das mudanças em relação ao ano passado, o debate em torno da saúde foi uma escolha a ser mantida. A prolongação da pandemia trouxe a necessidade de reforçar os cuidados relacionados à saúde física, mental, emocional e social. Dessa forma, com o tema “Do campo à cidade: saúde é prioridade”, o Agrinho manteve o foco no bem-estar da comunidade escolar.

Para 2022, mesmo com a retração da pandemia, a digitalização do Agrinho vai continuar. Além dos novos materiais didáticos, que trazem conteúdos sobre as tecnologias digitais na educação e ensino híbrido, o processo de adesão ao programa e a solicitação da edição física dos materiais passarão a ser 100% online. “Uma das características do Agrinho, além do compromisso com a educação, é a contemporaneidade, com ou sem pandemia. Todo esse movimento está indo em favor disso”, conclui Bergamini.

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