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Ações climáticas de agricultura e segurança alimentar: soluções da agricultura tropical para o Acordo de Paris
As alterações climáticas e a intensificação de eventos climáticos extremos causam impactos em produtores rurais de todos os sistemas produtivos ao redor do mundo. Os desafios de salvaguardar a segurança alimentar global dependem, como previsto pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), do aumento da produção de alimentos (cerca de 40%) e do uso adequado dos alimentos, evitando-se o desperdício.
De acordo com a FAO, os quatro pilares da segurança alimentar e nutricional se referem à disponibilidade, ao acesso físico e econômico, à utilização e à estabilidade na produção de alimentos.
A possibilidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) – mediante a adoção de tecnologias e práticas produtivas, a conservação e restauração da vegetação nativa e a implementação de ações que permitam que os sistemas produtivos estejam mais preparados para enfrentar os impactos dos eventos climáticos – depende de inúmeros fatores.
Os países e as regiões possuem desafios peculiares. Acesso à tecnologia, assistência técnica e capacitação são condições necessárias para promover mudanças que permitam ganhos de produtividade, condições de adaptação dos sistemas produtivos, redução de emissões e outros cobenefícios, de acordo com a realidade de cada país e cada região.
Aprimorar, de maneira contínua, a capacidade de fortalecer os sistemas produtivos em face dos impactos das mudanças do clima é um desafio global, já que elas ameaçam a segurança alimentar e os meios de subsistência dos produtores rurais.
A evolução das negociações de agricultura no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) evidencia um momento extremamente oportuno para fortalecer a cooperação e o financiamento como meios para promover ações climáticas de agricultura e segurança alimentar.
Considerando a oportunidade da 29ª Conferência das Partes da UNFCCC (COP29), em Baku, e o papel da agropecuária brasileira em prover soluções climáticas, é fundamental expandir o debate global sobre como fortalecer a agropecuária de baixo carbono, alinhada aos desafios de cada país. Este é o propósito do presente estudo, proposto pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).