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Workshop promove debates e apresenta cartilhas sobre mercado de capitais para produtores
Fiagro Geral

Evento foi realizado na quinta (5), na sede da CNA, em Brasília

5 de setembro 2024
Por CNA

Brasília (05/09/2024) – O workshop O Agro e o Mercado de Capitais, promovido pela CNA e o Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA) apresentou, na quinta (5), o Fiagro CNA, reuniu especialistas em um painel para debater os desafios e perspectivas do mercado de capitais para o agro e lançou materiais didáticos para produtores rurais.

O painel “Desafios e Perspectivas do Mercado de Capital do Agro” foi moderado pelo assessor técnico da CNA, José Ângelo Mazzilo Júnior, e contou com a participação do sócio-fundador do Grupo EcoAgro, Moacir Teixeira; do superintendente da Comissão de Valor Mobiliários (CVM), Bruno Gomes; da diretora da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Flávia Palácios; e do assessor técnico da CNA, Guilherme Rios.

Guilherme Rios, assessor técnico da CNA Guilherme Rios, assessor técnico da CNA

Guilherme Rios destacou que o produtor rural já está de olho na diversificação das suas fontes de financiamento. “Eles já perceberam que o Plano Safra não é suficiente para atender todas as suas demandas e estão de olho no mercado de capitais, não só como tomador, mas também como investidor”.

“Temos uma demanda por parte do produtor e o mercado de capitais pode ajudar. O que falta, além de melhorar todo o ambiente regulatório, é fazer essa aproximação, mostrar para o produtor e traduzir a linguagem do mercado de capitais e também mostrar traduzir para o mercado de capitais a linguagem do produtor”, explicou Rios.

Moacir Teixeira, sócio-fundador do Grupo EcoAgro, e Bruno Gomes, superintendente da CVM Moacir Teixeira, sócio-fundador do Grupo EcoAgro, e Bruno Gomes, superintendente da CVM

Teixeira falou sobre sua experiência de investimentos à frente do Grupo EcoAgro. “Tudo que precisava já foi criado em relação às leis. Agora, temos que ser efetivos na abertura do mercado de capitais para o agro. Os desafios giram em torno do seguro rural, do mercado futuro e da insegurança jurídica”, destacou. Para ele, na visão do investidor, será preciso entender e respeitar o ciclo de produção, trabalhar com prazos mais longos e melhorar a gestão dentro da porteira.

Segundo Gomes, a CVM entende o momento como uma nova jornada na criação de uma cultura do mercado de capitais do agro. “Os investidores estão se acostumando com essa nova dinâmica. Não pode ser igual ao mercado imobiliário, porque a gente não está falando de um fluxo de aluguéis, a gente está falando de um fluxo de colheita, safra, venda. Então esse mercado ainda está se ajustando nesse ponto, mas eu acho que o mercado vai muito além disso, então a gente tem R$ 40 bilhões hoje no Fiagro. Facilmente, a gente chega a R$ 400 bilhões”, destaca.

Flávia Palácios, diretora da Anbima Flávia Palácios, diretora da Anbima

Para Flávia, do ponto de vista do mercado financeiro, destacou a importância do workshop promovido pela CNA. “É muito importante termos essa união, de conectar aqui o mercado de capitais e produtores e todos os agentes que estão nesse meio de campo aqui, em prol do desenvolvimento de um mercado de capitais maior, mais robusto, mais seguro para o agronegócio”, disse. Ela também destacou a relevância da governança e da transparência nas propriedades rurais para inserção efetiva no mercado de capitais.

Rios explicou que o trabalho desenvolvido pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) é um bom exemplo de fomento à boa governa e transparência nas propriedades rurais.

Cartilhas – Durante o evento, foram lançadas duas publicações que orientarão o setor agropecuário sobre as melhores práticas e oportunidades no mercado de capitais. O presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA), Renato Buranello, apresentou os materiais aos participantes do workshop.

Renato Buranello apresentou material orientativo para o produtor rural Renato Buranello apresentou material orientativo para o produtor rural

Segundo ele, o Guia de Acesso do Empreendedor Rural ao Mercado de Capitais é a porta de entrada para que o produtor rural possa entender um pouco mais sobre esse mercado. O Guia dimensiona a demanda do agro por crédito, contextualiza o crédito e os mercados financeiros e trata a concessão de crédito como atividade empresarial. O material também traça o perfil do mercado de capitais do agro e explica a securitização de créditos no mercado de capitais.

A “Cartilha do Produtor Rural – acesso ao mercado de capitais”, foi elaborada para apresentar os produtos disponíveis no mercado de capitais para os empreendedores rurais. No material, o produtor terá um panorama do agronegócio brasileiro, as modalidades de acesso ao mercado de capitais, informações sobre o Fiagro, crowdfunding de investimentos e abertura de capital.

Fiagro CNA – O consultor do Sistema CNA/Senar, Christiano Nacif, apresentou o Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro) da CNA. O fundo tem financiamento de microcrédito exclusivo para pequenos e médios agricultores e pecuaristas atendidos pela ATeG Senar. O fundo está disponibilizando R$ 30 milhões nesta primeira rodada, com um projeto-piloto.

O CNA Fiagro é um projeto-piloto que, neste primeiro momento, estará disponível nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rondônia, Tocantins e no Distrito Federal. “Mas vamos avançar para todos os estados do país”, disse Nacif.

Além de serem atendidos pela ATeG do Senar, os produtores, para estarem aptos a pleitear o microcrédito, também têm que pertencer às seguintes cadeias produtivas: fruticultura (uva, abacaxi, banana, cacau, limão, laranja, manga, morango, melancia, maçã e maracujá), agricultura anual (soja, milho, mandioca, feijão e trigo), cafeicultura, apicultura, piscicultura e bovinocultura e ovinocaprinocultura de leite e de corte.

Christiano Nacif falou do Fiagro CNA Christiano Nacif falou do Fiagro CNA

Com taxas competitivas, o Fiagro CNA se destaca, entre outros instrumentos financeiros, por ser menos burocrático e ágil na liberação de recursos. “A origem da proposta de criação de um Fiagro dentro da casa foi para simplificar o acesso ao crédito do pequeno e médio produtor rural. Tudo foi pensado para facilitar a vida do produtor rural, transformar suas vidas e de suas famílias. O CNA Fiagro tem a inclusão social e ESG no seu DNA”, disse Nacif.

No encerramento do seminário, Buranello destacou a relevância do encontro. “A CNA está sendo fundamental nesse processo. Essa casa tem buscado de forma técnica e transparente entender os problemas e trazer melhores soluções”, disse.

Buranello enfatizou os desafios a serem enfrentados. “Sabemos da complexidade e dos riscos do setor por ser uma indústria a céu aberto. Nesse contexto precisamos, dar mais transparência e governança. O mercado quer saber o que você produz, que receita é gerada e o eventual risco que está sendo enfrentado. A segurança do crédito é fundamental”, explicou o presidente do IBDA.

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