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Telefonista da Faep completa 50 anos de casa, como a voz que acolhe produtores rurais
Símbolo de dedicação profissional, Inês Pereira Barbos, a Dona Inês, testemunhou a evolução do setor agropecuário do Paraná
Por: Comunicação Sistema Faep/Senar-PR
Fonte: Comunicação Sistema Faep/Senar-PR
Se você já telefonou ao Sistema Faep/Senar-PR, provavelmente já falou com ela. Há exatos 50 anos – completados neste 12 de março –, Inês Pereira Barbos exerce a função de telefonista na entidade. Pode ser considerada “a primeira voz” da casa: aquela que produtores rurais e integrantes de sindicatos rurais ouvem quando ligam para o Sistema FAEP/SENAR-PR, seja para conversar com algum técnico ou com algum diretor. Até os anos 1990, Dona Inês – como é conhecida pelos colegas – atendia a uma média de 40 ligações por dia. Apesar de uma ligeira diminuição nas décadas seguintes, estima-se que ela tenha atendido a cerca de 400 mil telefonemas ao longo de sua trajetória.
Mais do que isso: aos 76 anos, Dona Inês foi testemunha da evolução do Sistema FAEP/SENAR-PR ao longo dos anos e, por conseguinte, do setor agropecuário paranaense. Em sua trajetória, esteve sob a gestão de três presidentes: Mário Stadler de Souza, Paulo Carneiro Ribeiro e Ágide Meneguette, que hoje comanda a entidade. Dona Inês orgulha-se de conhecer todos os colaboradores da organização e de manter contato com os funcionários de todos os 161 sindicatos rurais do Paraná. Faz questão de ler tudo que é publicado no site e na revista Boletim Informativo , produzida pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, mantendo-se informada sobre a casa a que serve há cinco décadas.
"O setor rural evoluiu e o Sistema FAEP/SENAR-PR acompanhou isso. A gente vê pelas tecnologias usadas [no campo] e pelos cursos que surgiram. E é bom saber que o produtor e os sindicatos são bem atendidos por todos aqui."
Inês Pereira Barbos, telefonista do Sistema Faep/Senar-PR
A extensa dedicação à instituição rendeu homenagens. Em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, Dona Inês recebeu uma placa das mãos do presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette, e da chefe de gabinete da casa, Angelina Viel. A telefonista também recebeu os cumprimentos dos colegas que trabalham na sede da Federação, em Curitiba.
Profissional exemplar
Quando o assunto é atender bem, Dona Inês ostenta uma postura profissional exemplar. Com voz delicada e modos sutis – suas marcas registradas –, ela conversa com os interlocutores sem pressa. Procura entender bem a demanda de cada um, para dar encaminhamento preciso. Por isso, ela considera ser tão importante estar antenada às ações da casa e à atuação de cada departamento. Para quem telefona para o Sistema Faep/Senar-PR, o atendimento cai quase como um acolhimento.
Dona Inês em seu terminal de trabalho: atendimento acolhedor
“Às vezes, o produtor está com algum problema. A gente precisa ter paciência e dar essa primeira orientação. Até por isso, a gente tem que saber o que está acontecendo na casa, pelo menos na parte técnica”, ensina Dona Inês.
Por causa desse seu atendimento acolhedor, Dona Inês já fez inúmeras amizades. Perdeu as contas de quantas pessoas com quem tinha conversado ao telefone que, quando foram à sede do Sistema Faep/Senar-PR, fizeram questão de conhecê-la pessoalmente – principalmente os funcionários de sindicatos rurais. Para ela, esse contato que se torna próximo é uma forma de reconhecimento ao trabalho. No Dia da Telefonista, chega a receber presentes de colaboradores do interior.
“Quando eu atendo uma ligação, eu já dou bom dia, pergunto se está tudo bem com a pessoa. É meu jeito. Com o pessoal dos sindicatos, que ligam mais, acaba criando uma relação. Quando eles têm curso aqui, dão um jeito de vir conhecer. O Marcelo, de Ivaiporã, sempre manda um presentinho no Dia da Telefonista”, conta. “O doutor Ágide [Meneguette], mesmo, eu conheci quando ele ainda era da diretoria do sindicato de Maringá, antes de ser presidente da Faep”, recorda.
O início
Em 1968, Dona Inês trabalhava na Casa Eloi, uma grande loja de máquinas e equipamentos para escritório, que tinha a FAEP entre seus clientes. Ronei Delazari, funcionário da Federação na época, gostava do atendimento da jovem e a convidou para fazer um teste para trabalhar como telefonista na entidade rural. Como não tinha experiência na área, Dona Inês teve receio, mas indicou sua irmã, que foi aprovada. Seis anos depois, em 1974, surgiu uma nova vaga. Desta vez, aos 26 anos, ela não perdeu a oportunidade.
Carteira institucional de Dona Inês, de quando começou a fazer parte da FAEP
Na época, Dona Inês já encontrou na Faep uma estação de trabalho moderna. Nada daquelas mesas imensas, em que a telefonista precisava conectar cabos para transferir ligações – como se vê em filmes antigos. Ela já trabalhava com fones de cabeça e com um aparelho que permitia passar os telefonemas digitando um código numérico. A única diferença é que, em uma época antes da revolução digital, não havia computadores. Dona Inês tinha um fichário gigantesco, com os ramais da Faep e com os telefones dos sindicatos. Além disso, havia os enormes catálogos telefônicos, distribuídos pela companhia telefônica.
“Com o tempo, eu decorei os números. Sabia todos os ramais de cabeça e o número da maioria dos sindicatos rurais. Como, na época, tinha poucas linhas, às vezes tinha que ficar esperando em uma fila, para conseguir fazer a ligação”, relembra Dona Inês.
Ao longo de sua trajetória profissional, Dona Inês também estabeleceu sua vida pessoal. Em 1976 – dois anos após começar a trabalhar como telefonista – casou-se com Manuel Lopes, com quem teve os filhos Gracielle e Helder e um neto. Diz ter encontrado no Sistema FAEP/SENAR-PR uma segunda família.
Em foto de arquivo, Dona Inês em dia de trabalho, entre os 50 anos de dedicação
“Sempre se preocupam com os funcionários. Quando eu tive problemas de saúde, sempre estiveram ao meu lado. Tem muita coisa que fazem por você e que ninguém fica sabendo. É uma família, mesmo”, resume. Atualmente, o Sistema Faep/Senar-PR tem outras duas telefonistas: Leonir Terezinha Alves Couto, que está na casa há 16 anos; e Ana Cristina da Silva, há 26 anos na entidade. Do alto de seus 50 anos dedicados à instituição, Dona Inês nem pensa em parar. “Eu gosto muito do trabalho. Enquanto eu puder, eu quero continuar atendendo os produtores e sindicatos”, concluiu.