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Sistema Faeb/Senar realiza palestra sobre experiências da produção de queijo mineiro para produtores baianos
Vindo de uma região com mais de 200 anos de tradição na fabricação de queijo, a Serra da Canastra, em Minas Gerais, o engenheiro agrônomo, João Carlos Leite, o “Zé da Canastra”, esteve na manhã desta sexta (19) na sede do Sistema Faeb/Senar, em Salvador, para ministrar uma palestra para produtores baianos do laticínio. A realização do evento atendeu o pedido de um grupo de produtores que desejavam conhecer a organização da produção mineira que é destaque em todo o mundo.
Durante o encontro, João Carlos, que também é presidente da Associação de Produtores de Queijo Canastra (Aprocan) e da Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de São Roque de Minas (SICOOB Saromcredi), compartilhou com o público presente como os produtores de queijo mineiro, sobretudo aqueles donos de produção artesanal de leite cru, enfrentaram dificuldades para continuar fabricando o alimento devido a uma legislação que considerava a fabricação irregular.
João também falou sobre como os produtores da Serra da Canastra se organizaram para se adequar às normas da vigilância sanitária, iniciando um processo produtivo que levou o alimento a ser considerado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural imaterial brasileiro.
“Nós tínhamos o melhor queijo do mundo, mas para ganhar mercado e acabar com aquela visão sanitarista, tivemos que adotar quatro conceitos básicos de produção de queijo cru para conquistar medalha e dinheiro. Primeiro tivemos que começar a trabalhar com água potável, ter o rebanho livre de doenças, exercer boas práticas de ordenha e fabricação e, por último, criar rastreabilidade. Esses conceitos sustentaram uma produção agroartesanal de queijo de leite cru”, explicou.
O presidente do Sistema Faeb/Senar, Humberto Miranda, agradeceu a presença de todos que estavam presentes no encontro, destacando que é preciso organizar os produtores rurais para, consequentemente, manter uma produção mais forte.
“Esse tipo de reunião tem o objetivo de trazer o produtor rural para discutir esse assunto em um momento oportuno depois que foi anunciado o decreto que regulamenta o Selo Arte, permitindo a venda de produtos alimentícios artesanais. Espero que esse encontro seja um divisor de águas”, comentou o presidente.
Também estavam presentes no evento Paulo Emílio, Superintendente Federal da Agricultura da Bahia (SFA-BA); Maurício Barcelar, diretor-geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB); os deputados estaduais Eduardo Sales e Tiago Correia, além da diretoria do sistema e representantes de outras instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri); Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE); Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Bahia (OCEB) e Cadastro Ambiental Rural (CAR).