Sempre bom observador, criativo e com facilidade para desenvolver as coisas, Gilcenio Oliveira Ferreira, que trabalhava furando poços artesianos e instalando placas solares, decidiu investir em hidroponia. Mas cultivar plantas sem solo, onde as raízes suspensas recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes em meio líquido, exigiu mais técnicas que o produtor poderia imaginar. “Eu construí as bancadas com os canos para receber as mudas, fiz a cobertura de sombrite. Estava produzindo dois mil pés de alface em 12 bancadas. Era um cultivo sem conhecimento e as coisas não estavam indo como eu imaginava. Até que teve uma ventania e derrubou toda a parte da cobertura. Eu ia desistir. Tudo estava uma bagunça. Foi nesse momento que eu conheci o Senar Goiás", explica.

Paulo Sergio Martins é o técnico de Campo do Senar Goiás que oferece Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) na área de hidroponia ao produtor. “O Gilcenio realmente tinha desistido do cultivo das hortaliças quando o conheci, principalmente por conta do grande prejuízo que teve com a quebra da cobertura da sua hidroponia por causa do forte vendaval. Então eu sugeri a ele que voltasse a plantar mesmo sem a cobertura nesse primeiro momento, mas que redobrasse os cuidados contra insetos e aumentasse a quantidade de vezes que a solução nutritiva percorresse as raízes das plantas hidropônicas durante o dia. Também foi necessário realizar com mais frequência adubação foliar. Como estávamos num período de seca, isso também fez com que ele conseguisse produzir bem sem a cobertura e logo se capitalizar para refazer a nova cobertura da sua hidroponia”, relembra o técnico.

Diante do resultado, Gilcenio se animou novamente e hoje planeja, com novos investimentos, ter o cultivo hidropônico no Sítio Bela Flor, em Jataí, como a principal renda dele, deixando assim, por completo, o trabalho de furar poços artesianos. Ele aumentou as bancadas hidropônicas e produz 6,5 mil pés de alface e outras duas mil de salsa e cebolinha por mês. A intenção é chegar a 20 mil unidades ainda neste ano.

“Atualmente eu vendo para cooperativa, para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e mercados. É um negócio em que toda a família trabalha junto. O meu filho Carlos Henrique, de 19 anos, cuida das entregas. Minha filha Karina, de 16, ajuda na colheita, depois da escola e eu e minha esposa Carla, fazemos de tudo. O Senar Goiás nos ajuda tanto na parte de orientação, de como fazer o manejo correto, sobre a quantidade de nutrientes adequada para não ter gastos desnecessários e a fazer o controle das despesas e receitas. Assim a gente sabe que realmente estamos tendo lucro e não pagando para trabalhar, como acontece com muitos produtores que não tem orientação técnica”, relata Gilcenio.

Paulo Sérgio diz que o produtor é muito dedicado e agora que aprendeu o manejo correto das hortaliças hidropônicas, até desenvolveu uma estrutura que permite o cultivo em pequenos espaços. “Ele construiu uma bancada de hidroponia na vertical, a convencional é horizontal. Com esse modelo novo, é possível cultivar por exemplo de 50 a 60 plantas em dois metros. A iniciativa dele foi levada para a exposição agropecuária de Jataí e fez bastante sucesso, a ponto de dar entrevistas para a TV. Eu fico muito feliz de ver essa evolução do produtor e, principalmente, por ter colaborado com um negócio que permite a geração de renda para toda a família”, conclui o técnico de campo.

Para quem deseja ser assistido de graça por meio da ATeG do Senar Goiás, basta procurar um sindicato rural. Aos que querem começar o cultivo de hortaliças hidropônicas, no mesmo lugar é possível solicitar o de hidroponia. Por meio do curso aprender sobre tipos de estufa, recipientes para produção de mudas, cultivo do cascalho ou argila expandida, condições ambientais, solução nutritiva e reposição de água, termômetros e higrômetros na estufa, transporte e comercialização, entre outros. A agenda e detalhes da qualificação podem ser acessados no site: https://sistemafaeg.com.br/sen....

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