Técnica de campo do Senar Amazonas inova no manejo de hortaliças e ajuda produtores a melhorar renda

Técnica de campo do Senar Amazonas inova no manejo de hortaliças e ajuda produtores a melhorar renda
Brasília (16/04/2025) - A técnica de campo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Bruna da Silva Simas, de Parintins (AM), está unindo teoria e prática para impulsionar a produtividade na olericultura (cultivo de hortaliças) na região.
Aluna de uma especialização na área de inovação, ela tem colocado em prática os conhecimentos adquiridos para apoiar diretamente os produtores assistidos pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) no município.
Um dos destaques é o projeto desenvolvido por Bruna para um produtor que utilizava um sistema tradicional de gotejamento, sujeito a falhas e que comprometia cerca de 20% da produção de alface. A técnica implementou uma solução eficiente e de baixo custo: sensores ambientais e de umidade do solo que automatizam a irrigação.
O novo sistema utiliza um sensor para monitorar a temperatura e a umidade do ambiente, além de um sensor específico que mede a umidade do solo. A irrigação é acionada automaticamente quando a umidade do solo cai abaixo de 60%, e desligada quando esse nível é ultrapassado, evitando o desperdício de água e os danos causados pelo excesso de irrigação.
Após apenas 25 dias de uso, os resultados foram animadores. O produtor conseguiu reduzir o desperdício de água, economizar insumos e melhorar significativamente o aproveitamento das mudas. O índice de falhas no crescimento caiu para apenas 0,1%, e o aproveitamento das plantas chegou a impressionantes 99,99%.
Agora, um único pé de alface é suficiente para formar um maço, eliminando a necessidade de usar dois pés — prática comum anteriormente, devido ao manejo inadequado da irrigação.
Além do ganho técnico, houve impacto direto na renda: antes, eram necessários dois pés de alface para formar um maço vendido a R$ 3,00. Com a melhoria na qualidade e no tamanho das plantas, a produção se tornou mais eficiente e rentável, com um pé de alface formando um maço.

Para Bruna, essa ação tem uma grande importância, porque vai muito além da tecnologia implantada, mostrando que o conhecimento e pequenas mudanças são capazes de transformar a realidade no campo.
“Ver um resultado tão positivo, com aumento na produção, economia de água e melhoria na qualidade do produto, é a prova de que estamos no caminho certo. É gratificante saber que a nossa orientação faz diferença de verdade na vida das pessoas”.
Segundo ela, esse é o diferencial do Senar, que transforma vidas e leva conhecimento de forma acessível, prática e aplicada à realidade do produtor rural. “Não é só capacitação técnica e gerencial, é valorização, autonomia e transformação. O produtor passa a enxergar seu trabalho com outros olhos, percebe que pode evoluir, crescer e ter mais qualidade de vida no campo. E eu me sinto privilegiada em fazer parte desse processo”.
Segundo a coordenadora da ATeG Amazonas, Joana Monteiro, para obter resultados positivos e benefícios ao produtor, é essencial que o técnico de campo leve novas ideias à propriedade rural.
“O projeto que a técnica de campo vem desenvolvendo nas propriedades mostra a importância que a técnica dá para a melhoria de qualidade de vida do produtor, pois ela comprova que a utilização de uma tecnologia de baixo custo pode impactar na renda mensal e na redução de custos da propriedade rural”.

A expectativa agora é que outros produtores possam adotar a mesma tecnologia, ampliando os benefícios da inovação no campo e promovendo uma produção mais sustentável e lucrativa.
O diretor adjunto da Assistência Técnica e Gerencial do Senar, Rafael Diego da Costa, destaca que a inovação está na essência da Assistência Técnica e Gerencial do Senar, o que faz toda a diferença para a melhoria de produção e na geração de renda das famílias no campo, especialmente nas pequenas propriedades.
“Por isso, iniciativas como essa demonstram o potencial de difusão de tecnologias inovadoras, além das práticas gerenciais que os nossos técnicos estão preparados para levar até os produtores rurais de todo o país”, explica.
Prêmio: Em fevereiro deste ano, Bruna conquistou o 1° lugar na categoria Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), na 5ª edição do Concurso de Vídeos Educativos do Senar. O vídeo “Cobertura vegetal morta do solo”, produzido pela técnica de campo destacou-se entre mais de 500 inscritos de todo o Brasil.