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Presidente da CNA recebe comitiva de Angola
Delegação formada por produtores e governo do país africano visitaram a sede da entidade, na quinta (27)
Brasília (27/04/2023) – Os presidentes da CNA, João Martins, e da Associação Agropecuária de Angola (AAPA), Wanderley Ribeiro, se reuniram na quinta (27), na sede da Confederação, para discutir a relação bilateral e a troca de conhecimento e tecnologia para o desenvolvimento do setor agropecuário do país africano.
Wanderley Ribeiro e sua comitiva, composta por produtores rurais e autoridades governamentais de Angola, estão no Brasil para uma série de encontros com o governo e o setor privado. O grupo já se reuniu com o Ministério da Agricultura e Embrapa Cerrados.
Durante a visita, João Martins falou sobre a rápida evolução do agro brasileiro nos últimos anos, com o uso de tecnologias, pesquisa da Embrapa e capacitação dos produtores. Ele lembrou que na década de 70 o Brasil importava alimentos básicos e hoje é um dos maiores exportadores do mundo.
Martins destacou a importância da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para levar conhecimento ao campo. “Sem assistência técnica não conseguimos levar tecnologia para o produtor rural. E ela é essencial para transformar a atividade em produtiva, eficiente e rentável”.
O diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, falou sobre a metodologia da ATeG e como o atendimento aos produtores funciona. “Nossa principal missão é capacitar a força de trabalho da produção rural brasileira. É um grande desafio, já que o Brasil é um país imenso, mas o nosso objetivo é fazer com que o produtor melhore a sua renda”.
No encontro, o presidente da Associação Agropecuária de Angola (AAPA), Wanderley Ribeiro, afirmou que a expectativa do setor é conseguir replicar o modelo de capacitação e gestão do Senar em Angola. “Temos acompanhado o desenvolvimento do Brasil e o que o agro representa na economia. O que nos traz aqui é o conhecimento, cooperação e resultado”.
Wanderley explicou que, na década de 70, Angola era um dos principais exportadores agrícolas do mundo, mas que com a emancipação de Portugal, o país ficou sem o conhecimento para desenvolver o setor agro. “Nós tínhamos infraestrutura, condições climáticas favoráveis e recursos, mas faltava o conhecimento”.
O presidente da AAPA informou que a Angola tem uma das taxas maiores taxas de crescimento demográfico do mundo, assim como uma das maiores taxas de desemprego. “A cada ano que passa aumentamos a população em 1 milhão de pessoas, então a demanda alimentar é crescente e forte. Apesar de estar crescendo, Angola se mostra pouco sustentável do ponto de vista de conhecimento para termos força produtiva para contribuir com a nossa economia”.
Segundo ele, existem 35 milhões de hectares em terras agricultáveis disponíveis no país. “Com a visão estratégica de desenvolver o agro, a expectativa é que rapidamente consigamos satisfazer a necessidade interna e pulverizar para outros mercados”.
Em sua fala, o vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, disse que o intercâmbio entre Brasil e África pode avançar. “Nos últimos anos temos intensificado a relação com a Europa, Ásia e Oriente Médio, mas acredito que pode haver uma troca melhor entre Brasil e Angola. O nosso idioma já facilita essa relação. Existe um potencial de cooperação e transmissão de conhecimento”.
A diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, citou os escritórios da CNA em Xangai, Sinpagura e Dubai e o papel do projeto Agro.BR no processo de internacionalização dos pequenos e médios produtores brasileiros. “Primeiro trabalhamos toda fase de preparação, apoio e capacitação das empresas e depois as ações de promoção comercial que são as missões, as rodadas de negócios e feiras internacionais”.
Além do presidente da Associação Agropecuária de Angola, integram a comitiva o produtor rural João Saraiva, o diretor-geral do Gabinete de Estudos e Estatística do Ministério da Agricultura e Florestas, Anderson Gerónimo, a representante do Ministério da Economia e Planejamento da República, Elizabeth Antônio, os representantes do Banco de Desenvolvimento de Angola, Bonifácio Sessa e Carla Barros, o secretário geral da Cooperativa dos Criadores de Gado do Sul da Angola, Carlos Damião, e a primeira secretária da embaixada da Angola no Brasil, Joana Fragoso.
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