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Painel do Campo Futuro levanta custos da pecuária de leite em São Miguel do Oeste
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Programação em Santa Catarina também contou com painéis na área de pecuária leiteira em Treze Tílias e Braço do Norte. Nesta quarta (1º de junho), o evento reunirá produtores de leite de Chapecó e região.

31 de maio 2022

O terceiro painel do Campo Futuro para levantar os custos de produção na área de pecuária de leite em Santa Catarina ocorreu nesta segunda-feira (30), em São Miguel do Oeste. A iniciativa, do Sistema CNA/Senar, conta com a parceria do Sistema Faesc/Senar-SC, Sindicatos Rurais e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Em seu 15º ano de execução, o Campo Futuro é um projeto de gestão de custos e riscos voltado para produtores rurais, com propósito de calcular os gastos de produção nas propriedades e utilizar as informações como subsídios para o pleito de políticas públicas em prol da produção de alimentos. A programação deste ano iniciou no dia 24 de maio e, além de São Miguel do Oeste, já contou com painéis na área de pecuária leiteira em Treze Tílias e Braço do Norte. Nesta quarta (1º de junho), o evento reunirá produtores de leite de Chapecó e região.

O presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo , frisou o valor que a CNA, o Sistema Faesc/Senar-SC e os demais parceiros atribuem a esse significativo trabalho que conta com importante contribuição dos produtores rurais. “Os dados levantados são essenciais para que possamos ter embasamento e argumentos para buscarmos reinvindicações em favor do nosso produtor que muito foi penalizado no último ano em função da pandemia, da guerra, da estiagem, entre outras incertezas do mercado. Temos as melhores expectativas para todas as edições do Campo Futuro e, com os resultados, teremos condições de planejar ações adequadas para uma eficiente gestão de custos que atenda às necessidades locais e regionais”.

Os painéis na área de pecuária de leite em Santa Catarina são conduzidos por representantes da CNA e do Cepea. O assessor técnico da CNA, Guilherme Souza Dias , reforçou a importância do trabalho do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) para a evolução da cadeia produtiva do leite e frisou que o Campo Futuro tem por objetivo gerar informações para as tomadas de decisões dos produtores rurais e para atualizar o modal produtivo. “Trata-se do maior levantamento de custos de produção de que temos notícias e é partir desses dados que conseguimos lutar por melhores condições para o segmento”.

O presidente do Sindicato Rural de São Miguel do Oeste, Adair José Teixeira , também mencionou a importância da iniciativa para os produtores e técnicos que cuidam do futuro das propriedades.

AVALIAÇÃO

De acordo com Guilherme Souza Dias , na região de São Miguel do Oeste, as margens foram bastante comprimidas nos últimos anos em função da escalada dos custos de produção, cenário reforçado pelas dificuldades de escala e menor produtividade animal. A propriedade típica da região dispõe de 17 hectares de área total, e comercializa cerca de 300 litros por dia, oriundos da ordenha de 21 animais mestiços Jersolando.

A receita bruta com o leite foi capaz de remunerar apenas os desembolsos diretos na atividade, representados pelos custos operacionais efetivos, denotando a sua viabilidade no curto prazo. Como esperado, a alimentação do rebanho compromete a maior parte da receita, com o concentrado respondendo por 40% da cifra.

Já quando são computadas as depreciações dos equipamentos empregados na produção, a receita da atividade não é suficiente para a renovação da estrutura, trazendo preocupações quanto à viabilidade do sistema no médio e longo prazos.

Na região de Treze Tílias predominam empreendimentos rurais familiares com, aproximadamente, 30 hectares, que produzem 500 litros por dia, com a ordenha de 25 animais da raça Holandesa.

A produtividade média é de 8.700 litros por hectare/ano, que associada a bons índices zootécnicos em relação à idade no primeiro parto, taxas de lotação em área de pastagem superiores a 1,8 UA/ha e produtividade animal em torno de 20 litros/cabeça dia, permite inferir que há um bom aporte tecnológico na atividade.

Segundo Guilherme, em relação aos custos, o principal item nos desembolsos dos produtores foi a alimentação concentrada, que compromete cerca de 30% da receita do leite. A produção de alimentos volumosos por sua vez representa mais 13% do montante, enquanto a suplementação mineral responde por mais 3%. Com isso, o principal item identificado nos custos de produção foi a alimentação do rebanho, comprometendo quase metade da receita com o leite na propriedade.

Em Braço do Norte foram caracterizadas propriedades modais de cerca de 650 litros/dia, obtidos com a ordenha de 43 animais da raça Jersey, com produtividade média de 15 litros/dia.

O empreendimento se mostrou viável nos curto e médio prazos, com a receita bruta permitindo a remuneração dos custos operacionais efetivos e totais. Os custos com a dieta comprometeram cerca de 55% da receita com o leite, com o concentrado respondendo por 44% do total, seguido pela silagem (7%), produção de forragens de inverno (1,98%) e suplementação mineral (1,97%).

CONFIRA OS PRÓXIMOS PAINÉIS DE SANTA CATARINA:

CAMPO FUTURO EM PECUÁRIA DE LEITE

- Chapecó: 01/06, das 13h30 às 18 horas.

CAMPO FUTURO PARA SOJA, MILHO E TRIGO

- Xanxerê: 13/06, das 13h30 às 17 horas.

- Campos Novos: 14/06, das 13h30 às 17 horas.

• CAMPO FUTURO PARA ARROZ

- Araranguá: 15/06, das 13h30 às 17h30.

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