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Mãos que criam: Bordando novos caminhos
Após cursos do Senar-SP, produtoras rurais de Mira Estrela formam grupo para produzir e vender artesanato
Por: SENAR-SP
Fonte: Comunicação do Sistema FAESP/SENAR-SP
Linhas, tecidos e fibras naturais são alguns dos materiais com os quais um grupo de mulheres de Mira Estrela tem escrito novos capítulos de suas vidas. Elas se conheceram em um Programa de bordado do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de São Paulo (Senar-SP) e nunca mais se separaram. As afinidades, o gosto pelos trabalhos manuais e a perspectiva de complementar renda levaram à criação do Mãos que Criam, coletivo de produção e venda de artesanato com foco no turismo rural.
“Nossa cidade é Mira Estrela. Aqui, há cerca de três mil habitantes e estamos às margens do Rio Grande. Somos subsidiados pelo Sindicato Rural de Cardoso, e foi por meio deles que tudo começou, em 2022”, lembra Nelcy Cândido, pescadora e artesã. Estimuladas pelo convívio e pelas novas perspectivas de trabalho oferecidas pelo Programa de bordado, as colegas de linha e agulha logo engataram a formação do Programa Novo Olhar, onde o Mãos que Criam foi gestado. O plano do grupo é expandir os negócios e abrir um ponto de venda fixo na cidade. Além disso, parte do trabalho das artesãs é destinado a ações sociais da região.
Força das colegas
Quando Nelcy chegou ao curso de bordado, pensou em desistir. De temperamento agitado, parecia que aquele trabalho lento e minucioso não era feito para ela. “Não era muito a minha praia e pensei em desistir. Mas com o carinho das colegas e a paciência da professora fui vendo que era capaz, e hoje bordo bem”, comemora. Ela chegou a Mira Estrela durante a pandemia, e logo procurou o Sindicato Rural mais próximo para aprender novas habilidades. “Sou pescadora, mas nessa atividade não é todo dia que tem trabalho, e por isso eu queria outra atividade”, diz. Ela fez cursos de artesanato e culinária, mas foi na formação em bordado que tudo mudou.
O curso aconteceu entre fevereiro e julho de 2022, às segundas, quartas e sextas-feiras. Sete colegas que se tornaram amigas decidiram que aquele laço era importante demais para ser rompido após a formação, e por isso procuraram o Sindicato Rural em busca de orientações. Confiantes de que os bordados representavam uma nova fonte de renda, queriam se unir para se profissionalizar. “Foi quando nos passaram o curso Novo Olhar, porque não fazíamos ideia do que era uma associação, uma cooperativa. E a formação, que é maravilhosa, nos deu essa nova visão”, diz.
Novo caminho
As sete artesãs cumpriram a carga horária e, ao fim do programa, tinham formatado o Mãos que Criam. Além das peças bordadas, elas também fabricam peças artesanais utilizando materiais abundantes na região, como palha, cabaça e sementes. O espaço físico a ser ocupado pelo grupo ainda está em construção, e por isso os primeiros esforços têm sido para terminar as obras. “Com o apoio da Prefeitura e do Sindicato Rural, principalmente através da Cristiane e da Patrícia, começamos a fazer bazares e arrecadar fundos para comprar material de construção. É isso que estamos fazendo”, conta Nelcy.
Hoje formado por nove integrantes, o grupo Mãos que Criam continua se especializando no Senar-SP. Elas já estudaram artesanato em palha, bijuteria e fabricação de geleias, tudo para atender à demanda dos turistas que visitam a região. Também participaram do concurso de presépios promovido pelo Senar-SP em 2022. “Somos um grupo de senhoras e produtoras rurais, então todas nós temos nossas vidas e afazeres da vida. Mas temos também os objetivos em comum do Mãos que Criam. Para todas nós, ter uma renda extra faz diferença”, destaca.
Mais do que isso, o Mãos que Criam é definido como uma corrente de bem. Primeiro, para as mulheres que formam essa rede. “Os momentos que passamos juntas são de conversa, compartilhamento de problemas, de encontrar soluções juntas. Nossa intenção é trazer mais mulheres para esses momentos e vender o artesanato de todas, porque são coisas feitas com amor”, define Nelcy. A corrente também atinge a sociedade em geral. A cada curso que o grupo faz, três peças são revertidas para projetos sociais. Recentemente, o destino da doação foi o leilão do Hospital do Amor de Barretos. “Doamos três peças bordadas, que arrecadaram R$ 350, e mais uma toalha, que foi vendida por R$ 300”, diz a representante do grupo.
E esse é só o começo. “Estamos esperando novos cursos para fazer, e agradecemos ao apoio do Senar-SP, do Sindicato Rural e da prefeita e grande incentivadora Priscila Prado. Todos eles sempre acreditaram muito em nós”, finaliza.
Outras informações acesse o Portal FAESP/SENAR-SP