Paraná
Força do agronegócio é destaque na Alep
Audiência pública reuniu órgãos de governo, entidades privadas, produtores e especialistas para discutir perspectivas para o setor paranaense
Por: Comunicação Social – Sistema FAEP/SENAR-PR
A tecnologia e a inovação no agronegócio paranaense foram o tema de uma audiência pública, realizada nesta sexta-feira (11), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), por iniciativa do deputado estadual Homero Marchese (PROS), que contou com a participação do presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.
A cerimônia foi realizada de forma virtual, transmitida por redes sociais e pela TV Assembleia, e reuniu também representantes de órgãos de governo estadual e produtores rurais do Estado. Na ocasião, foram apresentaram as receitas de campo que colocam o Paraná como uma potência agropecuária, com índices de produtividade muito acima da média nacional.
“Em matéria de agricultura, tamanho não é documento. O Paraná ocupa só 2,3% do território brasileiro, mas é responsável pelo segundo Valor Bruto da Produção, 13,5% do total. Só perde para o Mato Grosso, que é quatro vezes e meia maior que o nosso Estado. E já superamos São Paulo no VBP”, destacou Meneguette em sua fala.
Segundo o dirigente, a posição atual, como maior produtor brasileiro de carne de aves, de tilápia, segundo maior em produção de suínos e de leite, deve se fortalecer ainda mais com o reconhecimento internacional do Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação. “Certamente vai abrir mercados lá fora que não acessávamos antes”, observou.
Todo processo necessário para alcançar esses níveis de tecnologia, produtividade e confiança do mercado não é fruto do trabalho de uma só pessoa e/ou entidade. Tampouco acontece da noite para o dia. “Foi uma construção a muitas mãos, com algumas dificuldades. Ninguém constrói um prédio começando pela cobertura. Tem que começar do chão, tijolo a tijolo”, comparou Meneguette.
Na opinião do presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, o caminho para o Paraná continuar crescendo, mesmo com as limitações de área, ocorrerá pela incorporação de novas tecnologias. Para isso, ele destaca a necessidade de melhorar a conectividade no campo. “O futuro é a agricultura de precisão e sem ter sinal [de internet] estamos impedidos de pilotar equipamentos modernos e de trabalhar”, alertou.
Segundo o autor da proposta para realização da audiência pública, Homero Marchese, o dirigente da FAEP é “sinônimo de agricultura”. “O Ágide Meneguette é uma pessoa que nós sempre procuramos ouvir para tomar as decisões referentes ao agro paranaense”, disse o deputado.
Medidas legislativas
Após a explanação, os internautas que acompanhavam a audiência perguntaram ao dirigente do Sistema FAEP/SENAR-PR quais os avanços institucionais que tramitam hoje no Congresso Nacional e na Alep que podem facilitar a vida do produtor rural?
“Primeiramente temos insegurança jurídica na área ambiental. Temos uma legislação vigente e agora está se discutindo que temos que respeitar uma lei lá de trás. Temos que resolver esse impasse jurídico para seguir trabalhando e produzindo” afirmou, referindo-se à prevalência dos dispositivos da Lei da Mata Atlântica e não o Código Florestal no Paraná, trazendo grande dor de cabeça aos produtores do Estado.
Recentemente o STJ garantiu o predomínio do Código Florestal no território paranaense, derrubando uma liminar de um juiz do TRF4 e devolvendo a segurança dos agropecuaristas. Porém é preciso dar uma condição definitiva a essa questão.
“Outro ponto fundamental é o seguro rural. Precisamos ter a consciência que o governo não vai subsidiar isso para sempre”, observou Meneguette, que também elencou como medida que poderia facilitar a vida do produtor rural a realização de uma reforma tributária bem-feita. “O que não pode é tributar a comida do povo brasileiro”, considerou.
Participantes
Além de Meneguette, participaram da audiência pública o secretário estadual de Planejamento, Valdemar Bernardo Jorge; o gerente de inovação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Anderson de Toledo; o superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti; o consultor e idealizador do projeto "O Agro não para", Marco Ripoli; a pesquisadora da Embrapa Soja Londrina, Mariangela Hungria; o produtor rural e vencedor do Prêmio Cesb, Laércio Dalla Vecchia; o produtor de hortifrútis Jonas Martini e a produtora rural Femmigje Willemina Koopman.