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FAEP alerta para uso de semente de soja Intacta 2 Xtend
Fotos bi 9

Nova biotecnologia oferece proteção contra seis lagartas e exige cuidado redobrado na aplicação do herbicida dicamba

13 de julho 2021

Por: Comunicação Social – Sistema FAEP/SENAR-PR

A nova biotecnologia em semente de soja Intacta 2 Xtend, desenvolvida pela Bayer, começou a ser comercializada no Brasil na safra 2021/22. A novidade faz parte de uma plataforma biotecnológica para a oleaginosa, reunindo ferramentas para o produtor rural que compreendem genética e técnicas de manejo, além de indicação de produtos.

A Intacta 2 Xtend é uma terceira geração de biotecnologia que substitui a cultivar Intacta RR2 PRO, lançada em 2013, e que atualmente corresponde à 80% da área plantada do Brasil. A RR2 PRO já possuía tolerância ao herbicida glifosato e conferia proteção contra quatro lagartas da cultura da soja: falsa-medideira ( Chrysodeixis includens ), lagarta-da-soja ( Anticarsia gemmatalis ), lagarta-da-maçã ( Chloridea virescens ) e broca-das-axilas ( Crocidosema aporema ). Com as modificações genéticas, a nova semente passou a ter proteção também contra a Helicoverpa armigera e à Spodoptera cosmioide e ao herbicida dicamba. Segundo a Bayer, a biotecnologia atinge um novo patamar, pois continua cumprindo as metas de sustentabilidade e produzindo com menos recursos. No entanto, o produtor rural deve ficar atento aos cuidados e recomendações para aplicação dos herbicidas, principalmente o dicamba – muito utilizado no combate a plantas daninhas como corda-de-viola, caruru, picão-preto e buva.

“O dicamba pertence a uma classe de herbicidas chamados hormonais ou auxínicos. É uma classe que promove o crescimento desordenado dos tecidos das plantas, causado por alterações em processos bioquímicos e fisiológicos, culminando com a morte das plantas”, explica Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR. “Caso as recomendações de rótulo e bula não sejam estritamente cumpridas, seu potencial de dano é muito maior em culturas sensíveis, como frutas e hortaliças, ou cultivares de soja não tolerantes”, complementa.

Cuidados na aplicação

Quando aplicado da forma incorreta, por condições climáticas desfavoráveis ou utilizando equipamentos inadequados, mal regulados e/ou calibrados, os danos do dicamba podem ser irreversíveis e de alto impacto na produção. Outro ponto é a volatilidade do dicamba. O tipo de formulação do produto comercial à base desse herbicida tem relação direta com os efeitos da pulverização.

“A eficácia agronômica indicada pela Bayer ocorre no uso associado ao glifosato sal potássico, que continua sendo a principal ferramenta para controle de plantas daninhas. O uso com glifosato sal de amônio e sal isopropilamina não é recomendado, pois aumenta a volatilidade”, ressalta a técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Ainda, produtores rurais devem ficar atentos às características do produto a ser utilizado com a Intacta 2 Xtend, de acordo com as recomendações do fabricante. Formulações antigas com dicamba na forma de sal de DMA possuem alto potencial de volatilidade e aumentam o risco de toxicidade para cultivos sensíveis e não tolerantes. “A Bayer recomenda exclusivamente o uso de produtos à base de dicamba com sal de DGA, que é menos volátil. É fundamental que o produtor tenha o suporte de uma assistência técnica para avaliar a real necessidade de uso da biotecnologia e, no caso de adotá-la, para recomendação adequada do herbicida, seguindo os protocolos corretamente”, destaca Ana Paula.

Para reduzir os riscos de volatilidade e deriva, o produtor rural deve adotar uma bordadura de 50 metros entre a área de aplicação e culturas sensíveis, conforme especificado na bula do produto, além da proibição de aplicação aérea. Mesmo a Intacta 2 Xtend sendo tolerante ao dicamba, a aplicação deve ser feita apenas até o plantio.

Outras recomendações do fabricante são o treinamento dos operadores de pulverização em segurança na aplicação do dicamba; uso de redutor de deriva e volatilidade indicado pela empresa; e uso de pontas de pulverização e pressão de trabalho que gerem gotas grossas ou ultra grossas. Ainda, quando os pulverizadores não são utilizados exclusivamente para a soja tolerante numa mesma propriedade rural, é preciso redobrar os cuidados nas lavagens interna e externa dos equipamentos.

Planejamento

O amplo controle de plantas daninhas na cultura da soja é um dos pilares da nova Intacta 2 Xtend. Dessa forma, o uso da biotecnologia é apropriado para os casos em que os produtores tenham dificuldade no manejo destas plantas. No entanto, a orientação é que, antes de fazer a compra, o produtor tenha um planejamento adequado e conheça a realidade da sua lavoura.

“Há uma série de cultivares convencionais ou com outras biotecnologias associadas para escolha junto às empresas produtoras de sementes. Essas cultivares atendem os produtores que não possuem dificuldade de controle de plantas daninhas de folha larga e que adotem outras boas práticas agrícolas, como o Manejo Integrado de Pragas [MIP] para controle das lagartas”, destaca.

A Embrapa, por exemplo, mantém ativos os programas de melhoramento de soja convencional, RR e Intacta RR2 PRO. No Paraná, a entidade possui parceria com a Fundação Meridional para fomentar esses programas e disponibilizar no mercado sementes com diferentes tecnologias, permitindo variedade de escolha ao produtor rural. “Independentemente da tecnologia a ser utilizada, é fundamental que os produtores rurais se organizem junto aos produtores de sementes para que as demandas por essas cultivares possam ser atendidas dentro do prazo para o plantio”, aconselha Ana Paula.

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