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Minas Gerais

Evolução produtiva, organização do trabalho e novas possibilidades de mercado
Dois anos A Te G Agroindustria

Após dois anos de assistência técnica e gerencial, os produtores de queijo, requeijão e demais derivados lácteos da região de Porteirinha ganharam ainda mais confiança para ampliar seus negócios

25 de abril 2024

Por: Ricardo Guimarães, Sistema Faemg Senar

Fonte: Sistema Faemg Senar

Após dois anos de assistência técnica e gerencial, os produtores de queijo, requeijão e demais derivados lácteos da região de Porteirinha ganharam ainda mais confiança para ampliar seus negócios e conquistar novos mercados. Ao longo do trabalho do Programa ATeG Agroindústria, o grupo movimentou cerca de R$ 52 milhões em receitas, com uma média de produção/ano superior a 31 mil quilos de lácteos, especialmente queijo e requeijão.

O grupo, formado por 19 produtores, conheceu os indicadores e resultados do ATeG Agroindústria, que teve, entre outros, o objetivo de ajudar na adequação da estrutura de produção e efetivação de boas práticas - atendendo ainda mais as diversas habilitações sanitárias -, trabalhar estratégias de mercado e proporcionar mais visibilidade da produção da região, que vem se despontando em concursos internacionais.

Estevão Mendes Ruas foi um dos destaques, com grande índice de evolução produtiva. Atuando desde 2016, ele afirma que novas oportunidades foram abertas com o ATeG, o que fez ele ampliar e melhorar a estrutura da sua pequena indústria. Hoje, eles atuam com o beneficiamento de 2.500 litros de leite por dia, produzindo média de 350 queijos diariamente.

“Com a assistência, a gente passou a ver outros mercados, novos produtos que podemos trabalhar, como é o caso da muçarela que eu passei a produzir nos últimos meses. Quando eu entrei no ATeG já foi mesmo para melhorar a fabricação e poder me adequar para atingir novos selos de inspeção para venda do produto”, explica.

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Celeiro de prêmios

A maior parte do grupo tem recebido constantemente premiações em concursos internacionais, reconhecendo a qualidade produtiva da região. Este foi um dos pontos de destaque na apresentação final do ATeG, abordado pela instrutora que coordenou os trabalhos, Luciana Godinho. “Ao longo dos últimos anos, estes produtores passaram a colocar o nome da região na rota do queijo, o que fez atrair novas parcerias. E mesmo com as características produtivas bem diferentes, onde este produtor precisa constantemente superar adversidades, conseguimos ver aqui uma produção de grande qualidade, que movimenta toda uma economia da região”, celebra a instrutora.

Este fortalecimento produtivo tem gerado frutos diversos. O casal Franciel Batista de Farias e Juciele Simões de Oliveira, da cidade de Pai Pedro, foi premiado na última edição da ExpoQueijo, em Araxá. Eles começaram a investir na produção de queijos há cinco anos e o negócio tem dado tão certo que já empregam sete funcionários diretos na pequena fábrica, que movimenta cerca de 150 queijos por dia. Os investimentos principais giraram em torno da adequação da estrutura física, organização da mão de obra e efetivação de diversas boas práticas, dentro e fora da produção.

“Viemos de uma cultura produtiva passada por nossos avós e pais, uma produção bem artesanal, totalmente diferente do que fazemos hoje. Começamos meio cegos e, com o ATeG, nós melhoramos a qualidade. Quando passamos a trabalhar com um padrão agrega muito ao produto, e o próprio cliente observa isso. Hoje é tudo sistematizado, com barreira sanitária, organização da atividade. Lógico que ainda podemos melhorar, mas acredito que nós estamos no caminho certo”, comenta Franciel.

Novas possibilidades

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Apesar de toda a evolução conquistada, os produtores sabem que precisam seguir trabalhando de forma ativa. Entre as propostas analisadas após o ciclo de ATeG, foi sugerida a criação de um entreposto para maturação do queijo, dentro do exigido na legislação para comercialização em outros mercados.

“Cerca de 63% dos produtores que passaram pelo ATeG compram o leite de terceiros, número que sobe para quase a totalidade quando falamos em toda a região produtora de queijos e derivados. Se organizados em associação, eles poderiam vender o queijo fresco, maturaria por 60 dias e a venda dobraria o capital, substituindo a venda separada que fazem hoje. Com isso podem ganhar novas opções de mercado, e eles estão preparados tecnicamente para assumir isso”, afirma a técnica de campo que assiste o grupo, Luciana Godinho.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha, parceiro no ATeG da Agroindústria, Elton Mendes, lembra que a fase atual de reconhecimento da qualidade só foi possível graças às diversas iniciativas conjuntas. “Já são muitos anos de trabalho, de luta e de capacitações. Já são mais 300 c

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