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CNA diz que produção de fibras naturais é alternativa para desenvolvimento da Amazônia
Tema foi debatido em reunião da Câmara Setorial do Mapa, na terça (11)
Brasília (11/05/2021)
– A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou, em reunião da Câmara Setorial de Fibras Naturais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na terça (11), que são necessários investimentos e a aplicação de políticas públicas para que a atividade se torne uma alternativa de desenvolvimento da região amazônica.
“A cadeia produtiva das fibras naturais na Amazônia representa um segmento que envolve e ocupa diretamente um grande contingente de pessoas e suas famílias. Porém, vem sofrendo com redução na produção em decorrência de fatores como a carência de novas tecnologias e a necessidade de maior intensidade de políticas públicas de apoio e fomento à atividade”, afirmou Muni Lourenço, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea) e da Comissão Nacional de Desenvolvimento da Região Norte da CNA.
A reunião comemorou os 10 anos da Câmara Setorial e recebeu o vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Hamilton Mourão, além de representantes de diversas entidades do setor.
Lourenço falou sobre o potencial econômico e social da cadeia produtiva de fibras naturais na Amazônia. Segundo ele, a indústria que processa as fibras está importando fibra do sudeste asiático para atender a demanda. “Estamos em uma situação de dependência parcial da compra de fibra natural de outros países, que poderíamos estar produzindo, gerando emprego, renda e oportunidades para nossa gente”.
O presidente da Faea ressaltou que a implantação de um projeto piloto no programa de Vendas de Balcão da Companhia Nacional de Abastecimento (Mapa) contribuiria para apoiar a produção de fibras na região.
“Ao substituir o uso da sacaria de plástico pela de fibras naturais biodegradáveis na comercialização de milho em grãos, por exemplo, a Conab servirá como referência para que outras esferas do governo e dos agentes privados sejam estimuladas a isso e, consequentemente, iremos impulsionar a produção primária das fibras e o segmento industrial dos produtos derivados das fibras naturais”.
O vice-presidente Hamilton Mourão destacou a importância da reunião para manter um diálogo transparente e construtivo, que forneça à entidade informações sobre os problemas que afligem o setor.
“Nós podemos estabelecer alguma forma de auxiliar o setor por meio de políticas públicas nos diferentes ministérios e também em parcerias com o setor privado, o que é extremamente importante nessa ala. O Conselho não tem só foco no combate ao desmatamento ilegal e queimadas, nossa missão é muito mais abrangente. Além da preservação, temos a questão da proteção da Amazônia, mas principalmente o desenvolvimento da região”, disse.
Mourão afirmou que, no período em que está à frente do Conselho, tem estruturado uma agenda para criar ciclos de crescimento para a Amazônia, como intensificar as ações de regularização fundiária, proteção ambiental e melhoria da infraestrutura e logística.
Em relação à cadeia de fibras, o vice-presidente disse que existe um tripé que deve ser encarado para transformar a biodiversidade em bioeconomia, com geração de emprego e renda para a população local: investimento em pesquisa, por meio da Embrapa e do Centro de Biotecnologia da Amazônia; infraestrutura e logística eficientes; e financiamento público e privado.
“Tenho recebido diferentes grupos preocupados com a preservação na Amazônia que afirmam que colocarão os seus recursos em bons projetos. Ou seja, a floresta vai ser preservada porque as pessoas que ali residem estarão explorando a riqueza ligada à biodiversidade sem a necessidade de derrubar uma árvore sequer”.
Para que essas ações sejam feitas, Hamilton Mourão ressaltou a necessidade da parceria entre governo, setor privado e academia.
“Não são ações simples, os desafios são grandes na Amazônia. Temos um caminho a percorrer, mas temos um espaço para crescer e, sendo muito bem ocupado, esse espaço tem ampla aceitação no mundo, onde a bioeconomia vai avançar cada vez mais e, consequentemente, os nossos produtores e toda a cadeia de valor que trabalha nessa área será beneficiada. Compete a nós fazermos avançar esse caminho trabalhando integradamente.”
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