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CNA discute panorama da safra de grãos e previsões climáticas
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Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas se reuniu na segunda (24)

24 de fevereiro 2025
Por CNA

Brasília (24/02/2025) – O panorama da safra brasileira de grãos e as previsões climáticas para os próximos meses foram discutidos, na segunda (24), durante reunião da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA.

Os representantes das federações de agricultura e pecuária dos estados falaram sobre as estimativas dos dados de produção, área plantada e produtividade de soja e milho e o andamento da colheita na safra 2024/2025.

O presidente da comissão, André Dobashi, destacou a diversidade de fontes estatísticas utilizadas nos estados e a necessidade de uma ferramenta única para avaliação das culturas agrícolas.

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Na reunião, o sócio-diretor da Agroconsult, André Debastiani, apresentou a evolução da colheita de soja e milho na safra atual e a situação nas principais regiões produtoras. Segundo a consultoria, a produção de soja está estimada em 171,3 milhões de toneladas, aumento de 10,2% em relação à safra 2023/2024.

A produtividade média de soja no país será de 60 sacas de soja por hectare e a área plantada ficará em 47,6 milhões de hectares, alta de 1,7%.

“Não faltou chuva durante o desenvolvimento vegetativo e o enchimento de grãos em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins. Houve bom controle de pragas e doenças e recorde de grãos por hectare”, disse.

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Já em Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, as chuvas começaram a falhar após a segunda quinzena de dezembro de 2024. “A estiagem afetou os estados em intensidades distintas”, informou Debastiani.

Outro tema debatido na reunião foi o prognóstico climático para os próximos meses e o impacto na produção de grãos. De acordo com o meteorologista da Safra Energia, Celso Oliveira, o fenômeno La Niña padrão Modoki será uma ameaça para o país. “O resultado é um padrão mais seco e quente em fevereiro e março no Centro e Sul do Brasil, situação que diminui cada vez mais a umidade do solo”.

Celso esclareceu que no fim do verão, dificilmente haverá energia suficiente para que o outono seja chuvoso. “Normalmente, o início de outono é uma continuidade do fim do verão. Com isso, os 65% de milho restantes para o plantio correm mais risco com um cenário mais seco”.

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O especialista explicou que até meados do outono, o La Niña termina, retornando a uma neutralidade, situação que pode trazer ondas de frio mais intensas a partir da segunda quinzena de maio ao Paraná e sul de Mato Grosso do Sul.

Os protocolos de exportação de sorgo e gergelim para a China também foram discutidos no encontro. O coordenador geral de Fiscalização e Certificação Fitossanitária Internacional do Ministério da Agricultura, Eduardo Porto Magalhães, afirmou que os protocolos foram assinados em novembro do ano passado, mas estão em situações de operacionalização distintas.

“No caso do gergelim, já fizemos o cadastro de produtores, beneficiadores e traders e enviamos a lista de exportadores autorizados. No momento aguardamos o feedback da China e a expectativa é que em março já esteja tudo pronto para o Brasil começar a exportar. Em relação ao sorgo, a pedido das autoridades chinesas, iremos organizar uma visita ao país para que possam verificar o crescimento ativo das folhas antes de dar o próximo passo”, explicou.

Para o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, a China é um mercado estratégico para o sorgo brasileiro. “Com a efetiva operacionalização desse acordo, os produtores terão mais uma alternativa de comercialização, o que pode impulsionar o cultivo e agregar valor à produção nacional”, afirmou André Dobashi.