ATeG 10 anos – Os técnicos: sem fronteiras para buscar conhecimento
Conheça a história da técnica de campo Jocélia Gonçalves da Silva que atende produtores em Rondônia
Brasília (15/12/2023) – Para a técnica do Senar Jocélia Gonçalves da Silva, 38, as distâncias e as fronteiras nunca foram um obstáculo para sua busca por conhecimento e aperfeiçoamento profissional. Ela fez graduação em agronomia e mestrado na Paraíba, estagiou em Pernambuco, cursou o doutorado no Rio Grande do Sul e hoje trabalha com produtores rurais em Rondônia.
Jocélia nasceu no município de Areia (PB) na zona rural e depois se mudou para a cidade. É engenheira agrônoma por formação, tem mestrado em tecnologia agroalimentar e doutorado em agronomia.
“Quando terminei a graduação na Universidade Federal da Paraíba já comecei o mestrado. Depois de ter concluído o curso, consegui um estágio na Embrapa Semiárido em Petrolina, Pernambuco. Fiquei três anos trabalhando lá, onde tive experiência com manejo integrado de pragas e conheci empresas exportadoras de uva, manga e melão”.
Em 2013 seu pai faleceu e ela sentiu a necessidade de retornar a Paraíba para ficar perto da mãe. Nesse tempo entregou currículo em uma cooperativa e começou a trabalhar com assistência técnica na área da agricultura familiar e com produtores da reforma agrária.
Jocélia conta que sempre teve vontade de fazer doutorado em sua área, e que o sonho tinha ficado de lado quando se mudou para Petrolina, mas quando saiu da cooperativa após três anos, seu irmão a incentivou a se inscrever no curso. Como boa estudiosa, passou nas Universidades Federais de Alagoas e Santa Maria (RS).
“Com o apoio da minha família me mudei para Santa Maria para cursar o doutorado. Após dois anos, em umas das minhas férias em João Pessoa, por incentivo do meu irmão, me inscrevi no processo seletivo do Senar Rondônia que estava com inscrição aberta para técnico de campo. Acabei me inscrevendo no último dia”.
A técnica retornou ao Rio Grande do Sul e aquela atitude despretensiosa de se inscrever no processo seletivo do Senar acabou rendendo bons frutos. Ela passou em todas as etapas até chegar ao treinamento metodológico. “Eu precisei ir até Rondônia para fazer o treinamento. Depois o resultado saiu e eu tinha sido selecionada junto com meu irmão”.
A escolha foi tão acertada, que Jocélia está há quatro e meio trabalhando como técnica de campo do Senar Rondônia, na região de Machadinho D’Oeste. Atualmente atende uma turma com 24 produtores da cadeia produtiva de cacauicultura, mas já chegou a dar atendimento a 30 produtores de cacau.
“O cultivo de cacau está em fase de desenvolvimento em Rondônia e no município de Machadinho ainda está dando os primeiros passos e, por isso, alguns produtores acabam abandonando a atividade por não ter condições financeiras de conduzir a lavoura. E o nosso papel é levar conhecimento para que eles possam utilizar os recursos de forma correta, reduzir os gastos e desperdícios e obter melhor produtividade com a lavoura”, explicou.
A profissional entende a importância do seu trabalho e não economiza elogios à Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar. “O trabalho no campo faz a gente enxergar a vida de outra forma e cada experiencia é única. Com a Assistência Técnica e Gerencial ajudo os produtores a evoluir, corrigir possíveis erros e ter lucratividade. Ainda tenho a oportunidade de fazer parte da família deles”.
Jocélia ressalta o valor que a entidade dá ao seu trabalho. “O Senar valoriza o técnico de campo, faz com que a gente acorde cedo todos os dias e vista a camisa da instituição em busca de dar o nosso melhor. Nos dá a oportunidade de transformar a vida dos produtores rurais através da Assistência Técnica e Gerencial”.
Depois de percorrer longas distâncias, Jocélia sabe que agora está no caminho certo. “Todo trabalho em que me proponho a fazer, eu dou o melhor de mim. E com o reconhecimento do Senar, tenho certeza de que estou no caminho certo”, disse.