Minas Gerais
AgroNordeste: produtor surpreende-se com resultado de doma racional
Por: SENAR MINAS
O Programa AgroNordeste tem possibilitado resultados importantes no dia a dia dos produtores rurais de Japonvar, que passaram a utilizar novas técnicas sugeridas pelos técnicos de campo. Um dos exemplos está na fazenda de gado de corte gerenciada por Levi Maximiano, que adotou a doma racional após fazer o curso do Sistema FAEMG/SENAR/INAES/SINDICATOS.
Essa foi uma das necessidades identificadas pela técnica Maria Cecília para melhorar os trabalhos. A propriedade está na família há mais de 20 anos e conta hoje com 350 cabeças de gado. “Eles ainda não tinham visto essa técnica, apesar de buscarem sempre a melhoria do bem-estar animal. Tornou o trabalho mais fácil e proveitoso. O manejo com animais no curral mudou 100%”, comentou a técnica de campo.
“A gente tem a sorte de ter um encarregado que praticamente nasceu na fazenda e, por isso, conhece muito a lida do trabalho, mas a técnica trouxe inovação e validou muitos conhecimentos práticos da equipe. O manejo foi o ponto que modificou totalmente o nosso trabalho. O bem-estar do animal reflete-se também no bem-estar do funcionário”, reforçou o produtor.
Além da equipe que trabalha na propriedade, outros produtores atendidos com a ATeG na região fizeram parte da turma, promovido em parceria com o Sindicato Rural de Brasília de Minas.
Benefícios
O que diferencia a doma racional de outros processos de doma é o uso da não-violência. No curso, os produtores passam a entender e respeitar o comportamento e o instinto do animal antes de propor qualquer ação. “É aprender a lidar com o temperamento do animal. Se manejar com gritaria e ferrão, ele vai responder de forma mais agressiva. Manejar com mais calma, desde o pasto até o curral, nas horas mais frescas, e fazer o animal ter mais contato com curral dá essa tranquilidade”, explicou a técnica.
“Antes, com o uso do ferrão, o animal se sentia muito acuado. O barulho no curral também era ruim, estressava o gado e o deixava arrisco. Isso fazia com que nossos funcionários ficassem ainda mais expostos a acidentes. Após o curso, aplicando a técnica com as bandeiras e deixando a rota para o animal passar, ficou muito tranquilo. Minimizamos riscos inerentes à profissão. Parecia que o gado já sabia o que fazer”, contou o produtor.
O teste de eficácia do novo procedimento foi feito neste mês, durante a vacinação contra a febre aftosa. “Em campanhas anteriores, em uma das fazendas da família, perdemos três touros reprodutores e uma novilha dentro de curral. É uma questão cultural o trato com o animal. Antes, no pasto a gente ia levando o animal devagar, mas quando chegava ao curral o comportamento era outro. Isso deixava o gado mais tenso. Agora, com a doma racional, gastamos menos tempo para vacinar todos os animais. Virou uma rotina trabalhar assim”.
A nova rotina foi acompanhada por adequações pontuais nas proximidades e na parte interna do curral, como melhor limpeza, retirando objetos que possam gerar medo ao animal e virar um bloqueio para que o gado não obedeça aos comandos. “Hoje, os animais já conseguem ser manejados até mesmo a pé. Criar métodos de trabalho auxilia na sustentabilidade e funcionamento da propriedade”, disse Maria Cecília.
Para ela, conciliar os conhecimentos adquiridos nos cursos e a consultoria do AgroNordeste geram resultados duradouros. “Venho à propriedade, detecto falhas e o que pode ser melhorado e indico cursos para que o produtor possa atuar nas mudanças. Tenho relato de produtores que melhoram totalmente o manejo, adotando novas técnicas aprendidas no curso de vaqueiro, por exemplo. Eles melhoram a vacinação e aplicação de medicamentos, o que gera impacto até na redução de custos”.
AgroNordeste
O programa é uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o Sistema CNA/SENAR. Em Minas Gerais, o AgroNordeste é desenvolvido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES/SINDICATOS em parceria com os Sindicatos Rurais.