Alagoas
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Técnicos de campo do Senar seguem orientando agricultores na produção de alimentos
A zootecnista Edivânia Salvador em atendimento a produtor de leite no município de Major Izidoro
Seguindo todas as recomendações de prevenção ao coronavírus preconizadas pelo Ministério da Saúde, técnicos de campo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – continuam trabalhando na assistência técnica a agricultores do interior do estado. O trabalho é essencial para garantir a qualidade do alimento que precisa chegar à mesa dos brasileiros, sobretudo, neste período de pandemia global.
Os técnicos de campo visitam propriedades rurais, coletam dados da produção, fazem um diagnóstico individualizado, traçam um planejamento estratégico para a propriedade, orientam sobre as necessidades de adequação tecnológica e direcionam os produtores para cursos de formação profissional rural do Senar. Após dois anos, os resultados do trabalho são avaliados.
Neste período de pandemia, dez técnicos estão em campo. No município de Santana do Mundaú, região leste do estado, a 106 quilômetros de Maceió, Edjane Ulisses orienta agricultores que participam do Frutec. O programa de assistência técnica para a cadeia da fruticultura é realizado pelo Senar, em parceria com o Sebrae AL, e está em fase final de análise de dados.
“Aqui no Povoado Munguba, em Santana do Mundaú, todo mundo está seguindo a recomendação dos órgãos competentes, mas não para de trabalhar. Seja na chuva ou no sol, enfrentando todas as dificuldades, a gente continua aqui, pois nossa produção precisa chegar até vocês em casa”, comenta Edjane. Confira:
A assistência técnica também acontece com produtores de leite de Major Izidoro, no sertão de Alagoas. O trabalho está em fase de adequação tecnológica. Além disso, estão previstas para o próximo mês de abril, pelo programa Agronordeste, visitas a propriedades nos municípios de Olho D’Água das Flores, Água Branca, Jaramataia, Delmiro Gouveia e Estrela de Alagoas. O foco será as cadeias de bovinocultura de leite, horticultura e avicultura.
Cuidados
Por conta da pandemia do Covid-19, os técnicos de campo do Senar Alagoas foram orientados a fazer atendimentos individuais, manter o distanciamento de dois metros do produtor e a passar informações sobre a importância da higienização das mãos e da utilização do álcool em gel. Os dias de campo foram suspensos para evitar a aglomeração de pessoas.
Nas redes sociais, o Senar AL tem orientado os produtores sobre os cuidados contra o coronavírus, como sair da propriedade somente em caso de extrema necessidade, lavar sempre as mãos com sabonete e não compartilhar toalhas. A bovinocultura de leite exige cuidados redobrados, como respeitar a distância recomendada na interação com o funcionário da empresa compradora, reforçar a higienização durante a ordenha, manter sempre limpo o local onde o tanque de resfriamento está instalado e nunca deixar a tampa do resfriador aberta.
Economia
Além dos riscos à saúde e à vida, o coronavírus é o vetor de uma crise econômica eminente. No município de Jaramataia, sertão alagoano, a produtora de leite Mércia Azarias de Oliveira já sente os efeitos no escoamento da produção. “O agricultor está vendendo o que não tem agora, às pressas, a renda que nós tinha era do leite, os grandes laticínios deixaram de pegar o leite da gente de repente, nós precisamos dessa produção para sobreviver e estamos todos afetados com o preço baixo e sem ter condições de manter o nosso rebanho”, reclama.
Mas a produção de alimentos não pode parar. Por isso, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA – encaminhou à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em caráter de urgência, um conjunto de propostas para que os produtores rurais brasileiros possam superar os transtornos e impactos causados pela pandemia do coronavírus.
A lista de propostas inclui, entre outras medidas, a prorrogação dos vencimentos dos financiamentos de custeio e investimento para os produtores das cadeias mais atingidas pela crise; a flexibilização emergencial de alguns procedimentos necessários para a formalização das operações de crédito rural; e a retirada de tarifas que são cobradas pelas instituições financeiras para estudo dos pedidos de alongamento e repactuação das operações de crédito.
A CNA também pleiteia que as operações repactuadas não sejam reclassificadas para operações com fonte de recursos não controlados, o que certamente onerará sobremaneira o pequeno e médio produtor, e que o produtor fique dispensado da entrega presencial de documentos comprobatórios da aplicação de crédito, como recibos de armazenagem dos produtos, Guia de Trânsito Animal – GTA –, ficha sanitária do rebanho, entre outros, em função do fechamento das agências ou de sua limitada capacidade de atendimento no momento.
Clique aqui e confira na íntegra a lista de propostas da CNA para amenizar os impactos da crise econômica provocada pelo coronavírus.