ALIMEN T AN D O O B R A SILEIRO

Paraná

Sistema FAEP impulsiona produção de morangos
Morango03 1024x683

Cultivados em pequenas propriedades e com mão de obra familiar, produto oferece uma alternativa de renda atrativa. Com apoio do Sistema FAEP, conhecimento técnico é decisivo na atividade

11 de dezembro 2024

Por: Comunicação Social

Fonte: Sistema FAEP

Um ano após se formar em Agronomia, Isabel Cristina Kryzanovski ponderava sobre que rumo dar a sua vida profissional. Era início de 2023 e ela procurava uma atividade que pudesse ser desenvolvida com mão de obra familiar e em pequenos espaços, como a propriedade da família, localizada na Colônia Mariana, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Isabel também queria se dedicar a um produto que, de quebra, tivesse alto valor agregado. Com essas variáveis em mente, o morango pareceu a melhor alternativa. E a agrônoma não estava errada. Um ano e meio depois de iniciar o cultivo, Isabel colhe os frutos da empreitada e já planeja a expansão do negócio.

O início, no entanto, foi cheio de interrogações. Apesar de ter se formado em Agronomia, a fruticultura nunca tinha sido um caminho que ela considerou ao longo da graduação. Por isso, ao decidir cultivar morangos, a jovem produtora buscou qualificação. Em menos de um ano, fez cinco cursos do Sistema FAEP, de “Morangueiro – cultivo em substrato” a “Manejo Integrado de Pragas – MIP” e “Manejo Integrado de Doenças – MID”. Com tanto conhecimento colocado em prática, Isabel chega a colher 200 quilos de morangos por semana, com auxílio da mãe e do pai, aposentados, que também trabalham no negócio.

“A ideia de produzir morangos veio quase por acaso, quando eu procurava alguma atividade com valor agregado e que desse para desenvolver na propriedade da família. Eu não tinha nenhum conhecimento na área. Aí, comecei a fazer os cursos do Sistema FAEP. Tudo que eu aprendi nos cursos, eu aplico nas estufas”, diz a produtora.

Isabel faz parte de um fenômeno catapultado pelo Sistema FAEP: a consolidação da Região Metropolitana de Curitiba como o principal polo produtor de morangos do Paraná. Do ranking dos dez maiores produtores do Estado, seis estão na RMC. A produção de morangos na região gerou um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 165,2 milhões em 2022 (dados mais recentes levantados pelo Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento), montante que corresponde a 42% do VBP gerado pela fruta em propriedades rurais paranaenses.

Além disso, a RMC também ostenta o líder na cultura: São José dos Pinhais, com R$ 52,7 milhões produzidos a partir do cultivo de morangos. O produto na RMC está em franca expansão. Em São José dos Pinhais, por exemplo, a produção quase quintuplicou em cinco anos: de 798 para 4,7 mil toneladas. Em Araucária, o salto foi de 1 mil para 2,9 mil toneladas. Na Lapa, a produção triplicou, chegando a 1,2 mil toneladas. O caso mais expressivo é o de Agudos do Sul, cujo volume cultivado saltou de 85 para 1,1 mil toneladas.

Essa disparada não se deu por acaso. Nos últimos cinco anos, o Sistema FAEP levou a campo 101 cursos diretamente relacionados ao cultivo de morangos. Além disso, esse movimento ganhou um impulso adicional: desde o início de 2023, a entidade tem, por meio de um projeto-piloto, implantado a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) na Região Metropolitana de Curitiba. No total, 105 propriedades da RMC vêm recebendo o serviço personalizado, sendo muitos produtores de morango atendidos nessa primeira etapa.

Além disso, a entidade mantém parcerias, como o Programa de Desenvolvimento Produtivo Integrado da Região Metropolitana de Curitiba (Pró-Metrópole), que reúne entes como a prefeitura de Curitiba, o Sebrae-PR e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), entre outros, que ajudam a impulsionar a atividade.

Conhecimento que implica economia

Quando decidiu investir no cultivo de morangos, Isabel Kryzanovski foi até uma loja de produtos agropecuários e comprou os equipamentos de irrigação, de acordo com orientações do vendedor. Dias depois, ao começar o curso do Sistema FAEP, no entanto, constatou que alguns dos instrumentos eram desnecessários. Com supervisão do instrutor, a produtora instalou a estufa de acordo com critérios técnicos – e, com isso, economizou dinheiro.

“Eu não entendia de irrigação. O vendedor falou que eu precisava de um regulador de pressão para cada linha de irrigação. Na aula, aprendi que eu poderia instalar apenas um manômetro de glicerina e fazer a regulagem à mão. Eu consegui devolver os equipamentos e economizar mais de R$ 900”, exemplifica Isabel.

A produtora cultiva morangos sem qualquer defensivo químico, aplicando técnicas do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que permitem combater pragas e doenças do morangueiro de forma natural e/ou com insumos biológicos. Isabel adota práticas como instalar armadilhas naturais para capturar insetos prejudiciais à cultura – utilizando, por exemplo, garrafas pet, fermento, água e açúcar ou colas naturais.

“No monitoramento, identifiquei muitas pragas, mas também uma população grande de predadores naturais. Então, nem precisei entrar com produtos biológicos. Os próprios predadores combateram as pragas. Estava tudo equilibrado”, conta Isabel.

Com o negócio estruturado, a produtora estabeleceu uma rede de clientes, que garante a comercialização de toda a produção. Enquanto seu marido, Thales Baggio Portugal, continua atuando como consultor em pecuária, ela se dedica ao cultivo, colheita e venda dos morangos. Para isso, conta com o trabalho dos pais, João e Regina, e a ajuda do irmão Moisés.

Matérias Relacionadas