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Pernambuco

Setor produtivo de PE apresenta prioridades para a ministra da Agricultura
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18 de abril 2019

Por: Marina Lima

Fonte: Assessoria de Comunicação do Sistema Faepe/Senar-PE

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) e da Comissão Nordeste da CNA, Pio Guerra, recebeu no Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em sua primeira vinda a Pernambuco, na última segunda-feira (15).

O encontro incluiu algumas reivindicações dos principais segmentos econômicos do agronegócio no estado: fruticultura, pecuária, avicultura e cana-de-açúcar. Cada liderança setorial pôde explanar a relevância de suas atividades, juntamente com algumas demandas.

Os produtores da Fruticultura do Vale do São Francisco abordaram itens considerados primordiais para alavancar a atividade na região. Segundo o presidente do sindicato, Jailson Lira, foram listados quatro pontos em um documento entregue a ministra que pleiteia: Abertura de novos mercados no Japão, China, Coreia do Sul e Vietnã; Assinatura de convênio entre Brasil e Israel para importação de tecnologias com a criação de startups agrícolas em Petrolina; Apoio da Embrapa Uva e Vinho no fomento às novas variedades de uva de mesa para a região; Providências para evitar o avanço sistemático das invasões de áreas dentro do perímetro Senador Nilo Coelho.

“Estamos ligados a corredores de exportação, temos disponibilidade de água e mão-de-obra, mas, para ampliar nossa presença em mercados externos, precisamos de uma política comercial efetiva, que facilite os acordos internacionais”, afirmou Lira.

Na ocasião, o fruticultor Arnaldo Eijsink, das Fazendas Labrunier, falou sobre as vinte e cinco variedades de uva desenvolvidas ao longo dos anos, em Petrolina, pelo empresariado com o apoio da Embrapa e Sebrae, e precisam agora de novo aporte do ministério.

Ainda na pauta da fruticultura, o senador Fernando Bezerra Coelho pediu a intervenção do Ministério da Agricultura para que as pesquisas de uvas sem sementes, realizadas, hoje, pela Embrapa, no Rio Grande do Sul, passem a ser feitas em Petrolina. O senador também registrou a presença do presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim, que destinou a Pernambuco o segundo maior volume de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) entre os estados da região.

Já os pecuaristas reivindicaram o bloqueio das importações de leite em pó, que prejudicam fundamentalmente o estado de Pernambuco, onde pode se verificar os piores preços pagos ao produtor no Brasil.

“A conta da produção leiteira não está fechando. Temos que procurar estas e outras alternativas para reduzir o custo e aumentar o preço do leite para o produtor no NE, já que nas regiões Sul e Sudeste se paga em torno de 50% a mais”, explicou o empresário do setor Otávio Bezerra. Outro pleito do segmento foi a isenção do Pis e Cofins para a bovinocultura, caprinocultura, ovinocultura e piscicultura, equiparando-as com a avicultura e suinocultura.

Diante desse cenário, Pio Guerra reafirmou a necessidade de se implementar medidas “de fato eficientes” para mitigar a seca. Enfatizou que a principal vocação produtiva do Semiárido é a pecuária “e não se pode pensar nessa atividade sem pastagens”.

O gestor destacou que é fundamental o envolvimento da Embrapa para viabilizar o acesso a novas forragens mais adaptáveis e resistentes as secas, bem como o estímulo a um maoir uso da palma forrageira, com manejo e cultivo agrícola melhorados, inclusive com a mecanização de sua colheita.

“Todos esses fatores elevarão significativamente a capacidade de suporte das fazendas, gerando uma maior produtividade dos rebanhos e mais receita para o produtor” explicou.

Ele destacou também que “os produtores vocacionados, não irrigantes, precisam construir com o apoio dos organismos oficiais, empreendimentos sustentáveis que lhes assegurem viver de seus estabelecimentos, garantindo-lhes competitividade e renda, quer sejam pequenos, médios ou grandes”.

Os avicultores pediram água para o Agreste pernambucano, a conclusão das obras da Transnordestina para o transporte de grãos, além da desburocratização e mais agilidade nas análises de licenciamentos feitas pelo Mapa, nas instalações avícolas.

Os representantes do segmento canavieiro Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana e Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar, ressaltaram que, embora os campos de produção da cultura no Estado estejam situados na Zona da Mata, com condições climáticas favoráveis, é essencial investir na construção de barragens, para otimizar os recursos hídricos disponíveis na região, quer seja na atividade econômica, quer seja no abastecimento humano e animal.

Em paralelo, eles articulam a criação de um programa de irrigação e mecanização nas áreas menos declinosas da topografia pernambucana. A iniciativa envolve a Secretaria de Política Agrícola do Mapa e a Embrapa. Citaram ainda as experiências exitosas das cooperativas Agrocan, na Mata Sul e Coaf, na Mata Norte do estado.

Na programação em Pernambuco, houve ainda visitas técnicas a Bayer/Monsanto e a Fundação Nilo Coelho. No estado vizinho, todas as ações foram coordenadas e acompanhadas pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda.

Para Pio Guerra, as ações entre o setor produtivo e o Mapa evoluíram bastante. “Existe um interesse recíproco em melhorar e aprofundar esse relacionamento; de impulsionar o agronegócio e aumentar as exportações do setor”.

O presidente da Faepe, que acompanhou a ministra nos compromissos de sua agenda no Vale do São Francisco disse “Espero que nas próximas vindas da ministra possamos mostrar o dinamismo e os desafios de outras regiões também promissoras da nossa agropecuária”.

A ministra citou que importantes ações estão sendo trabalhadas com a CNA, suas federações e o Senar. Disse ainda que, no Vale, pôde constatar que independente do tamanho do empreendedor todos se mostram economicamente viáveis, inclusive utilizando, muitas vezes, o cooperativismo como forma bem sucedida de produção.

Antes da partida, Tereza Cristina e sua comitiva foram recebidos em um café da manhã na residência do empresário e ex-deputado Guilherme Coelho. No encontro, estavam representantes das classes empresarial e política da região. Entre eles o presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, os deputados Fernando Filho e Antônio Coelho, além de secretários-executivos do ministério.

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