SENAR oferece curso para capacitar filhos de produtores rurais em Mogi das Cruzes
Intenção é capacitar os jovens para evitar que eles troquem a vida no campo pelo ambiente urbano
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) oferece um curso voltado para os filhos dos produtores rurais em Mogi das Cruzes, São Paulo. O SENAR, que trabalha conceitos de marketing e organização, quer também evitar que eles troquem a vida no campo por uma vida urbana.
O pai da Ana Carolina Oliveira é agricultor, em Taiaçupeba. Há cerca de dois anos, a família da jovem de 15 anos entrou no mundo dos orgânicos e ela se dedica, buscando profissionalização na área de agronegócio. “Ele sempre morou em Taiaçupeba e minha avó tem um sítio e desde pequena eu sempre tive contato e tenho vontade de continuar.”
Assim como Ana Carolina, no contraturno da escola, cerca de 26 adolescentes entre 14 e 17 anos estão participando do Programa Jovem Agricultor do Futuro". A maioria dos estudantes é formada por filhos de produtores rurais. Por 10 meses, o curso oferecido pelo Senar, pretende resgatar o interesse dos adolescentes pela área.
A instrutora técnica pedagógica, Renata Esposito, explica que em sala de aula a primeira lição é entender que a agricultura vai além de plantar e colher. “Os filhos dos agricultores estavam indo embora estudar. O curso quer trazê-los de volta e aprimorar os serviços do pai. Aqui eu dou aula de marketing para melhorar as vendas, RH para saber administrar os funcionários, aula de ética para que eles se tornem bons cidadãos e temos outras aulas que eles aprendem como se comportar com o meio em que eles vivem.”
Ana Carolina já tem a noção de que este universo é amplo. “Você tem que saber administrar e o que fazer antes de ir plantar.”
Depois da sala de aula, os alunos vivenciam a prática em um terreno de 2,5 mil metros quadrados. A instrutora Renata Camila Severino conta que eles aprendem, por exemplo, a descobrir como a saúde do solo pode afetar a qualidade do plantio. “Estamos retirando a erva daninha dos canteiros porque ela compete nutrientes com a planta e, no canteiro que tem muita erva daninha, ela cresce muito deficiente de nutrientes e não desenvolve bem. O capim seco, essa cobertura morta, vai inibir o crescimento da erva daninha.”
Na área doada para o projeto estão plantados 15 tipos diferentes de hortaliças orgânicas. Os alunos são responsáveis por cuidar dos canteiros, desde o plantio até a construção das cercas de bambu. “A agricultura orgânica é importante na região de Taiaçupeba porque temos os mananciais. Onde temos os agrotóxicos ele contamina muito o solo e isso vai para o lençol freático. Com a agricultura orgânica, nós mantemos a sustentabilidade e mostramos esse lado mais equilibrado para o produtor, de que tem como fazer e é viável.”
O curso é oferecido gratuitamente e as inscrições para a próxima turma começam em setembro.
Outras informações pelo telefone: (11) 4723-8233.
Fonte: G1/Tv Diário