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Produtores superam dificuldades e trabalham para aumentar a lucratividade
Logística, armazenagem, comercialização dos produtos, tributação, crédito e qualificação de mão de obra. Estes assuntos fazem parte de uma longa lista de dificuldades enfrentadas pelo produtor rural. Mesmo assim, a maioria é otimista e aponta soluções para driblar a crise econômica que o Brasil atravessa. Planejamento e gestão são assuntos em pauta quando dois ou mais produtores se encontram.
De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2015/2016 ultrapassará 237 milhões de toneladas. Com isso, os produtores devem ficar atentos ao mercado, ou seja, uma preocupação e uma tarefa a mais. Além de investir no cultivo, também precisam estar sempre atentos ao mercado para comercializar bem o que produzem. O mercado está globalizado e há muita concorrência.
Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostram que foram colhidos nesta safra, em Mato Grosso, 31,5 milhões de toneladas de soja. A expectativa é de mais 29,5 milhões de toneladas de milho para a segunda safra. Diante da boa safra, os preços oscilaram muito este ano.
Em março o preço da saca de soja ficou em torno de R$ 50 e, neste mês de julho já se paga R$70. O desafio, segundo os produtores, é comercializar bem esta safra. Até a semana passada tinha sido registrada pelo Imea a venda de 83% da safra, um número considerado baixo pelos produtores que comparam com o mesmo período da safra anterior.
Para o presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Tangará da Serra, Vanderlei Reck Junior, com a produção em alta, alguns produtores enfrentam problemas com armazenagem. Na opinião dele, a solução para esta situação é investir em planejamento e também em gestão. “E o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR-MT) é um forte aliado do produtor quando o assunto é qualificação e capacitação”.
Curso de gerente de fazenda, técnico em agronegócio, programas como o Boas Práticas Agropecuárias e os que tem como objetivo formar líderes, como a Academia de Liderança, Futuros Produtores e CNA Jovem também foram citados pelo presidente do Sindicato de Tangará da Serra. “Não vejo outra forma de evolução que não seja a capacitação da mão de obra. Já podemos perceber uma grande melhora nesta área, mas o caminho ainda é longo. Precisamos investir em capacitação, planejamento e estratégia para melhorar nossa produtividade”, ressalta.
O produtor rural é um gestor de risco. Ele precisa de muita informação para tomar a decisão certa na hora exata. Sendo assim, precisa estar sempre atento ao clima, as pragas, doenças, novas ferramentas e tecnologias e, principalmente de olho no mercado. O volume de decisões que um produtor tem que tomar é bem elevado. Eles administram uma empresa a céu aberto e gerenciam riscos o tempo inteiro.
A pecuarista e presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Cocalinho, Anita Ferreira de Camargo Franco conta que, além de todas estas dificuldades, em seu município, que fica a quase mil quilômetros da Capital Cuiabá, ainda precisa solucionar problemas como o sinal da internet, primordial para a emissão de vários documentos necessários para que o produtor faça a comercialização de seus produtos.
“Há momentos em que arcamos com despesas que seria de responsabilidade dos outros para continuar produzindo”, reclama Anita. “Foi o aconteceu, esse ano, aqui em Cocalinho. Se nós produtores não tomássemos uma providência não teríamos como vender e transportar nosso produto que é o boi”, acrescenta.
Falta de assistência técnica é outra reclamação. O produtor rural, José Almeida de Arruda, que produz na região de Pontes e Lacerda, enfatiza que o auxílio do técnico para orientar as atividades na propriedade é primordial. “Contribui muito para a melhora da produção, produtividade e também da rentabilidade”.
O produtor cita o exemplo do SENAR Tec Leite. “Depois que o programa do SENAR-MT foi implantado em nossa região temos visto muitas mudanças. O produtor melhorou a gestão da propriedade, passou a planejar e, consequentemente melhorou um pouco sua rentabilidade”.
Além de Pontes e Lacerda, onde o programa foi implantado e atende cerca de 120 produtores, no mês de junho foram firmadas mais três parcerias que garante a expansão do programa para mais 110 produtores de leite nos municípios de São José dos Quatro Marcos, Carlinda, Nova Ubiratã.
A lista de dificuldade é imensa. Mas os produtores sempre encontram uma solução, é o caso daqueles que produzem em Ipiranga do Norte. O presidente do Sindicato conta que, Waldir Batista Gheno conta que, assim como ele, muitos agricultores vão investir em pivôs de irrigação na região.
De acordo com o presidente, esta é uma opção de diversificação de cultura. “Acreditamos que, com isso, vamos ter novas cadeias produtivas. Outro benefício será a ampliação do mercado de trabalho”. Gheno ressalta que é preciso pensar sempre em alternativas para minimizar os prejuízos.
Otimismo é outra característica do produtor rural. O pecuarista e presidente do sindicato rural de Guarantã do Norte, Davi Fernandes e Silva, além de todas as dificuldades citadas ainda aponta a morte súbita das pastagens como outro problema que preocupa os pecuaristas. Mesmo assim ele se diz otimista. “Não sabemos fazer outra coisa. Nossa lida é com a terra. Fazemos com amor. Temos que comemorar sim. E nossa forma de comemorar é produzir com mais qualidade. Tenho orgulho de ser produtor rural”.
COMEMORAÇÕES – O dia 28 de julho é o dia do Produtor Rural. Sendo assim, esta semana será de homenagens, de reflexão e de planejamento. O produtor possui uma ampla relevância na economia brasileira e também para a população mundial, pois é a sua atividade que propicia a maior parte da produção de alimentos, sobretudo aqueles que estão na mesa da população todos os dias.
Assessoria de Comunicação do SENAR/MT
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