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Paraná manteve liderança em contratação de seguro rural em 2019
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Estado foi responsável por 40% dos contratos do PSR em 2019. Soja, milho safrinha e trigo são as culturas mais seguradas

15 de julho 2020

Por: Comunicação Social – Sistema FAEP/SENAR-PR

O Paraná manteve, em 2019, a liderança absoluta na contratação de seguro rural, pelo Programa de Subvenção ao Prêmio Seguro Rural (PSR). Conforme o relatório divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os produtores paranaenses contrataram mais de 38,1 mil apólices, o que representa 40% do volume de contratos firmados naquele ano. As subvenções federais no Estado totalizaram R$ 130,2 milhões e as culturas que os produtores mais recorreram ao seguro rural foram de soja, milho safrinha e trigo.

O volume de apólices contratadas pelo Paraná corresponde a mais que o dobro que os 18,3 mil contratos efetivados pelo Rio Grande do Sul, segundo Estado que teve mais adesão ao PSR. Em seguida, aparecem São Paulo, com 15,4 mil contratos, Mato Grosso do Sul, com 4,8 mil, e Goiás, com 4,7 mil apólices. No total, o PSR destinou R$ 440 milhões à subvenção do seguro rural, atendendo a 52,8 mil produtores rurais em todo o Brasil.

“Alguns fatores combinados explicam o fato de o Paraná ter se consolidado como o maior usuário do seguro rural. Um desses aspectos é o de o Paraná ser um celeiro de produção, que adota muitas tecnologias. Entre elas, está o seguro rural, que os produtores paranaenses entenderam como importante para garantir a produção e minimizar os riscos. Já se tornou cultural no Estado”, avalia o coordenador do Departamento Técnico Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, Jefrey Albers.

Culturas

Conforme o relatório do Mapa, o Paraná foi responsável por 64% em operações do PSR para o milho safrinha. Nesta modalidade, foram 12,5 mil apólices firmadas por agricultores do Estado. Os dados também mostram o aumento expressivo de adesão aos produtores de milho safrinha ao PSR: o volume de contratos nesta cultura cresceu 44% em relação a 2018.

No trigo, os produtores do Paraná contrataram mais de 4,9 mil apólices, o que representa quase 63% dos contratos para esta cultura. Também houve grande expansão do seguro rural entre os triticultores paranaenses: o com aumento de 45% no número de apólices contratadas e de 47% no valor segurado, pelo PSR.

O Paraná também se destacou na contratação de seguro rural para lavouras de soja, por meio do PSR. Foi a cultura que mais teve apólices contratadas, com mais de 19 mil operações. Isso representa 48% das apólices voltadas à soja em todo o país. “Comparado a 2018, houve elevação de 35% no valor das subvenções, o que, juntamente com os ajustes no percentual de subvenção, potencializou os demais indicadores”, consta do relatório do Mapa.

Prioridade

Há mais de duas décadas, a gestão de riscos é uma bandeira prioritária ao Sistema FAEP/SENAR-PR. Ainda na década de 1990, a Federação deu início a uma série de visitas técnicas a países que são referências na implantação do seguro rural como política pública de segurança alimentar. A partir de então, os líderes paranaenses trouxeram informações relevantes que poderiam se encaixar no modelo brasileiro.

“A gestão de riscos é um tema que nos é prioritário. Trabalhamos sempre com informações qualificadas, para mostrar aos produtores do nosso Estado que o seguro rural precisa fazer parte da nossa atividade de forma estratégica, minimizando riscos e zerando eventuais prejuízos decorrentes de oscilações climáticas”, ressalta o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.

Em 2008, por exemplo, a FAEP organizou um seminário, que contou com a participação de técnicos do Mapa e de especialistas de diversas instituições, como a Universidade de São Paulo (USP). A partir do encontro, a Federação elaborou uma proposta técnica para a consolidação do seguro rural no país. O seguro de faturamento só foi desenvolvido pela atuação direta da entidade.

Desde então, o Sistema FAEP/SENAR-PR vem promovendo uma série de eventos, seminários e videoconferências sobre o tema, com o objetivo de levar informação qualificada para o produtor rural sobre o seguro rural e incentivar a adoção desta ferramenta, conforme a realidade de cada agricultor. “A FAEP sempre compreendeu que a gestão de riscos é um aspecto bem importante da produção rural e não mediu esforços em compartilhar esta visão e informações com os produtores”, aponta Albers.

Expansão

Em 2019, o governo federal destinou R$ 440 milhões ao PSR – recursos que foram executados integralmente. A partir da gestão da ministra Tereza Cristina, o Mapa deu um foco maior ao seguro rural, ampliando a liberação de recursos para esta finalidade. Ainda em 2020, foram destinados mais de R$ 1 bilhão. No recém-lançado Plano Safra, o Mapa anunciou a previsão de mais de 1,3 bilhão ao PSR. A FAEP defendia esse maior aporte de recursos à subvenção do seguro rural, como forma de consolidação da ferramenta.

“O PSR é uma alavanca para criar a cultura do seguro rural entre os produtores. Ao subvencionar o prêmio, o programa ajuda, indiretamente, a criar o hábito da contratação do seguro, a tornar essa ferramenta mais massificada”, diz Albers. “No futuro, quando o número de produtores contratando seguro rural for ainda maior, a tendência é de que o seguro fique mais barato. Com isso, o governo pode, aos poucos, reduzir sua participação na subvenção de cada apólice, mas propiciando que mais produtores possam ser atendidos”, acrescenta.

Seguro estadual

Paralelamente, o governo do Paraná também tem um programa de seguro rural, que funciona de forma complementar ao PSR. Na safra passada, o programa estadual destinou R$ 3,7 milhões (em razão de um atraso, não houve subvenção ao milho). Para a safra atual (iniciada em 1º de julho), serão destinados R$ 15 milhões. “É um aumento expressivo. O papel do seguro estadual é ser um complemento ao federal, reduzindo o ônus do produtor e com um papel importante de disseminar, também, o seguro rural”, explica Albers.