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Milho é um dos cereais mais nutritivos e versáteis do mundo
Dia Internacional do Milho é celebrado nesta segunda (24)
Brasília (24/04/2023) – O milho é um dos principais grãos produzidos pelo Brasil e se destaca pela sua versatilidade e importância econômica na alimentação humana e animal, na indústria ou no setor de biocombustível. Como diz um produtor, o milho faz “a roda da economia girar”.
O Dia Internacional do Milho é celebrado nesta segunda (24) e o Sistema CNA/Senar parabeniza todos produtores rurais brasileiros que trabalham diariamente para ampliar a produção e exportação do cereal no país.
O Brasil é o único país entre os grandes produtores a colher três safras e, consequentemente, produzir milho o ano todo. De setembro a dezembro, os produtores plantam a safra de verão, de janeiro a abril a de inverno e de abril a junho a tardia, na região de Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia), Pernambuco e Roraima.
De acordo com a Companhia Nacional e Abastecimento (Conab), o país deve produzir 124,8 milhões de toneladas de milho na safra 2022/23, um aumento de 10,4% em relação à safra anterior que foi de 113,1 milhões de toneladas. Do total previsto na safra, a região Centro-Sul será responsável por produzir 108 milhões de toneladas do cereal.
Para os produtores rurais brasileiros, o milho sempre foi e será um potencial de cultivo, seja pelo apelo comercial ou para subsistência. Suas alternativas de uso como matéria-prima na fabricação de subprodutos o torna um alimento indispensável na segurança alimentar mundial.
O milho verde, por exemplo, é consumido principalmente em forma de espiga cozida, mas também é usado na culinária nacional, no preparo de diversos pratos, como curau, bolo e pamonha. Já o milho doce é consumido em conserva e tem a capacidade de produzir açúcar no lugar de amido.
O cereal também tem papel fundamental na alimentação animal. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre 60% e 80% do volume de milho produzido no país é destinado à nutrição de bovinos, suínos e aves.
Além disso, o milho tem sido usado na produção de etanol. Segundo projeção da União Nacional do Etanol do Milho (Unem), na safra 2023/24 o Brasil deve produzir 6 bilhões de litros, o que representa cerca de 19% de todo o etanol consumido no país.
Segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na safra 2022/23, o Brasil pode exportar 50 milhões de toneladas de milho, superando os 48,8 milhões de toneladas previstos para os EUA.
Caso a estimativa se confirme, o Brasil pode se tornar o maior exportador do grão no mundo, mostrando o rápido crescimento do setor em poucos anos. Em 2021, por exemplo, o país enviou para o exterior 20,4 milhões de toneladas de milho. Já em 2022, o volume foi de 43,6 milhões de toneladas.
Veja o depoimento de alguns produtores de milho do país:
SEBASTIÃO FREIRE – PINHÃO (SE)
Sebastião Freire do Nascimento Junior produz milho entre os municípios de Frei Paulo e Pinhão, em Sergipe. O cultivo iniciou em 1997 em uma área arrendada e foi crescendo com o sucesso da produção. Atualmente, ele vende o milho para granjas de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba, mas já exportou por meio de trading.
O produtor informou que está preparando a terra para o plantio da sua safra de inverno, que começa no final de abril e início de maio e deve ser colhida em novembro e dezembro. “O clima tem sido favorável nos últimos anos. Às vezes falta chuva, mas tudo dentro da normalidade”.
Para o produtor, a cultura do milho é fundamental para gerar emprego e alimento para os brasileiros.
SILVANO FILIPETTO – SORRISO (MT)
Silvano Filipetto mora em Sorriso, Mato Grosso, mas produz milho no município de Vera. Em 2000, quando o cultivo iniciou, a produtividade era de 60/70 sacas por hectare. Na última safra foram colhidas em média 153 sacas por hectare.
“O milho entrou forte na propriedade em meados de 2005 e 2006 com novas variedades mais produtivas e com o objetivo de otimizar custos. Com os mesmos funcionários e mesma máquina, conseguimos fazer duas safras”, explicou.
Atualmente, 80% das vendas de milho da propriedade são para usinas de etanol da região e 20% exportação.
“O milho hoje é o principal produto agrícola do Brasil, fazendo a roda da economia girar, que se transforma em carne de frango, carne de boi e também produz energia através do etanol”.
JACINTO COLOMBO – SANTA CRUZ DO XINGU (MT)
“Comecei a plantar milho na minha infância, junto com meus pais. Era uma cultura que me chamava muita atenção por responder aos tratos culturais”, disse o produtor Jacinto Colombo, de Santa Cruz do Xingu, Mato Grosso.
Atualmente ele cultiva a segunda safra (safrinha) e colhe 6 mil toneladas no total. A maior parte é vendida no mercado interno e o restante para tradings.
“O milho tem uma grande importância pelos seus subprodutos que hoje abastecem as prateleiras dos supermercados. Também é usado pra a dieta dos confinamentos e rações para aves, sem contar que é uma fonte de renda para o produtor rural”.
BRUNO BORTOLUZZI – XANXERÊ (SC)
A produção de milho na propriedade de Bruno Bortoluzzi, localizada em Xanxerê, região Oeste de Santa Catarina, começou nos anos 80 com variedades de híbridos duplos, os quais tinham limitações de produtividade e também de manejo.
Com o tempo, o produtor rural e a família investiram nos híbridos simples e o incremento de produtividade foi muito expressivo. Hoje, colhem em torno de 12 toneladas de milho por hectare na safra de verão e a produção é comercializada para a indústria de proteína animal.
“Melhoramos técnicas de cultivo como semeadura, ajuste de espaçamento, adubação, cobertura, manejo de pragas e doenças e até colheita, reduzindo as perdas e, consequentemente, aumentando a eficiência da lavoura”, afirmou Bortoluzzi.
Para ele, o milho é uma das culturas que ajuda o Brasil a alimentar o mundo. “Isso nos proporciona desenvolvimento econômico, mas também social, pois melhora e facilita a vinda de tecnologias e outros recursos de outros países. Além disso, o milho está ocupando principalmente áreas de segunda safra no Centro-Oeste, o que potencializa muito o uso da terra”, disse o produtor.
Assessoria de Comunicação CNA, com apoio das Federações de Mato Grosso (Famato), Santa Catarina (Faesc) e Sergipe (Faese)
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