Mato Grosso
Notícias
Famato participa de audiência pública sobre os desafios do Pantanal
Entidade marcou presença em debate na Assembleia Legislativa de Mato Grosso para debater os impactos causados pelos incêndios e pela estiagem recorde de 2024
Por: Vania Costa
Fonte: Ascom Famato
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) marcou presença na audiência pública realizada nesta quinta-feira (21/11), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), para debater os impactos causados pelos incêndios e pela estiagem recorde de 2024 no Pantanal Mato-Grossense. A audiência foi organizada em parceria com a Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da ALMT, a Comissão de Meio Ambiente e a Subcomissão do Pantanal, ambas do Senado Federal.
O debate foi conduzido pela presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, senadora Leila Barros (PDT), e reuniu autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil para discutir ações de prevenção e desenvolvimento sustentável para a região.
Durante o evento, o Corpo de Bombeiros apresentou números preocupantes: entre julho e outubro deste ano, foram registrados 3.684 eventos de fogo e mais de 40 mil focos de calor, sendo que a maioria ocorreu em áreas improdutivas.
A consultora de Meio Ambiente da Famato, Tatiana Monteiro, destacou que as áreas ocupadas e manejadas de forma sustentável são menos vulneráveis a incêndios. “Por isso, apoiar a produção no Pantanal também é uma forma de preservação", explicou.
A audiência também abordou os desafios financeiros para fortalecer a infraestrutura de combate às queimadas. O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Flávio Gledson Bezerra, informou que são necessários cerca de R$ 92 milhões em investimentos para a aquisição de equipamentos essenciais, como drones e helicópteros, além de melhorias na proteção individual para os agentes que atuam na linha de frente.
Um dos pontos altos do debate foi a defesa do Estatuto do Pantanal, projeto de lei de autoria do senador Wellington Fagundes (PL), que propõe um marco regulatório para o desenvolvimento sustentável da região. "Precisamos de uma legislação que reconheça as particularidades do Pantanal e promova o equilíbrio entre produção econômica e preservação ambiental", ressaltou o senador.
Além disso, a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazaretti, apresentou as ações do Comitê Estratégico para o Combate ao Desmatamento Ilegal e Incêndios Florestais. Segundo ela, foram investidos R$ 300 milhões nos últimos cinco anos em equipamentos e capacitação, resultando em avanços na fiscalização e no combate aos incêndios.
Representando o Sindicato Rural de Poconé, o produtor rural Ricardo Arruda, em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, destacou o papel fundamental dos pantaneiros na preservação do bioma. "O Pantanal é mais do que um patrimônio natural; é nossa casa, nosso trabalho e nossa vida. Quando mantemos essas áreas produtivas, contribuímos para a prevenção de incêndios e geramos renda para nossas comunidades. O pantaneiro precisa ser reconhecido como parte da solução, não como problema", declarou.
A participação do Sindicato Rural de Poconé na audiência pública reforça o compromisso da entidade em defender os interesses dos produtores rurais e garantir o protagonismo do pantaneiro no debate sobre o futuro do bioma. "O Pantanal precisa ser visto como prioridade nacional, e isso passa pelo reconhecimento da importância de quem vive e trabalha na região", afirmou Ricardo Arruda.
O evento destacou a necessidade de parcerias entre governo, produtores rurais e sociedade para enfrentar os desafios climáticos e construir um Pantanal mais resiliente e sustentável.
Também participou da audiência a analista de Meio Ambiente da Famato, Tânia Arévalo.