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Dignidade e humanidade no campo: mutirões de cidadania do Senar-SP
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Ações promovem emissão de documentos, exames médicos, cultura e autocuidado

26 de janeiro 2023

Por: SENAR-SP

Fonte: Comunicação do Sistema FAESP/SENAR-SP

Aferição de pressão, emissão de documentos, exame de glicemia, oficinas culturais… o que todas essas atividades, realizadas em um único dia e lugar, têm em comum? A resposta é: promoção da cidadania. Os Mutirões de Cidadania no Campo, promovidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de São Paulo (Senar-SP), acontecem ao longo do ano em centenas de municípios paulistas. Sempre em parceria com o poder público, empresas e outras entidades civis, o Senar-SP leva a cidades de pequeno a grande porte uma série de soluções para demandas de cidadania.

A educadora Rosana do Carmo Montemor é instrutora do Senar-SP em Lorena há nove meses, mas sua história com os Mutirões de Cidadania no Campo da região já tem alguns anos. “Eu era coordenadora de extensão de uma universidade e participava dos mutirões. Então, me aproximei do Sindicato Rural de Lorena e Piquete e conheci o Senar-SP”, lembra. Pouco depois, a profissional de Relações Públicas tornou-se voluntária na organização do evento. Ela contou ao portal Faesp/Senar-SP um pouco dessa história, e como os Mutirões fazem a diferença na vida do homem do campo.

Domingos de trabalho

As ações especiais acontecem anualmente, sempre aos domingos, das 8h às 17h e, para 2023, o Sindicato Rural de Lorena e Piquete pensa em realizar o mutirão entre junho e agosto. O trabalho dos organizadores tem início muitas semanas antes, diz Rosana. Eles cadastram e organizam a escala de voluntários e firmam parcerias com o poder público, empresas e entidades civis, que oferecem suporte, recursos e profissionais para que o Mutirão aconteça. Servidores públicos, enfermeiros, professores e advogados são algumas das categorias que sempre comparecem à ação. Profissionais de recursos humanos e cabeleireiros também são requisitados, pois o objetivo do Mutirão é atender às demandas dos moradores da região. “O Sindicato Rural convida quem precisa tirar carteira de trabalho ou elaborar um currículo. As necessidades são variadas”, aponta Rosana. Além disso, a Prefeitura do município onde acontece a ação também costuma oferecer transporte gratuito entre a zona rural e o local do evento, que pode ser desde a praça central até um ginásio de esportes ou escola.

A experiência de Rosana começou com as ações de saúde e educação. “Logo que cheguei, fazíamos aferição de pressão e exame glicêmico com os alunos de Enfermagem. Já os estudantes de Pedagogia organizavam atividades educativas com crianças e adolescentes das comunidades locais”, conta. Em uma dessas ocasiões, o desafio era fazer com que os alunos não utilizassem o celular em nenhum momento do processo; em outra, que discutissem entre si temáticas da cidadania. “Nossos projetos sempre buscam agregar algo à comunidade. Levamos parceiros da área de beleza, como cabeleireiros e maquiadoras, advogados e serviços do Poupa Tempo”, exemplifica.

Desenvolvimento humano no campo

Para Rosana, os Mutirões de Cidadania promovem o olhar social e humanizado que falta para muitas pessoas do campo. “Nesse mundo em que vivemos, onde é ‘cada um no seu quadrado’, estar no mutirão significa ser olhado de verdade”, avalia. Segundo a educadora, não é incomum que passem pelo mutirão pessoas que não faziam a barba há meses, ou que estavam sem documentos por falta de acesso a serviços públicos. “Até que, no Mutirão, elas são olhadas e reconhecidas como cidadãs. Ali, há pessoas que as escutam e solucionam suas questões. É uma troca de conhecimentos, amor e solidariedade”, define.

Além disso, os Mutirões também são importantes do ponto de vista cultural e do pertencimento a uma comunidade. Duas oficinas foram particularmente marcantes para Rosana, nesse aspecto. Em uma delas, foi realizado uma mostra de pessoas que sabiam imitar o canto de passarinhos; em outra, uma moldura em formato de televisão permitia que os cidadãos mandassem recados para amigos e familiares. “São talentos que geralmente não têm oportunidade de serem exibidos. O Mutirão dá oportunidade para que os cidadãos mostrem sua história. É o dia em que se abre espaço para eles, em que eles que são os protagonistas e têm oportunidade de se expressar”, conta.

Outras informações acesse o Portal FAESP/SENAR-SP

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