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Com mais aporte, produção de peixes de cativeiro deve crescer 10% em 2018
Por: Agrolink
A produção de peixes de cultivo – criados em ambiente controlado – no Brasil deverá crescer 10% neste ano, amparada por investimentos em importantes estados produtores. A expectativa é que até o final de março o setor volte a liberar os embarques para a União Europeia, o que deve favorecer este mercado.
“Temos um grande player no Paraná que entrou no negócio em 2017, que é a C.Vale, e veremos o impacto disso em 2018. Além disso, temos o início das operações da Tilabras, em Mato Grosso do Sul, o maior projeto do País, e empresas como a GeneSeas que estão ampliando investimentos”, elencou o diretor presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros.
Segundo ele, além da entrada do Mato Grosso na produção de tilápias, peixe que representou 51% da produção brasileira no ano passado, Goiás deve ampliar a produção por não ter problemas de falta de água, assim como Tocantins. “Há alguns movimentos nos principais estados produtores que nos garantem que, mesmo que o Brasil ‘pare’, vamos ter esse crescimento.”
A produção de tilápias deve crescer 15% neste ano, enquanto a de peixes nativos deve se manter no mesmo patamar alcançado no ano passado, de 1,8%. Em 2017, a produção de peixes de cativeiro no Brasil cresceu 8%, para 691,7 mil toneladas e o produtor recebeu R$ 5,4 bilhões.
De acordo com Medeiros, o crescimento previsto para este ano deve se concretizar mesmo diante da indefinição em relação à Secretaria de Aquicultura e Pesca. A área, que chegou a ter um ministério próprio, foi incorporada pelo Ministério da Agricultura em 2015, transferida para o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) em 2017 e, aguarda, agora, a publicação de um decreto para ser oficialmente uma secretaria especial da presidência.
“Nós sempre fomos favoráveis à permanência da aquicultura no Mapa, já que a maior parte do setor está vinculada à Pasta”, defendeu Medeiros. O atual secretário, Dayvson Franklin de Souza, argumenta que a secretaria, independentemente de onde esteja, deve defender tanto a pesca quando a aquicultura, enquanto o setor quer a divisão das atividades.
Souza afirmou ainda que até o final de março espera uma sinalização positiva da União Europeia sobre a suspensão da exportação de pescados imposta pelo governo em janeiro, após relatório elaborado pela UE apontar falhas. “Esperamos que em março tenhamos uma resposta positiva da União Europeia e possamos reabrir as exportações para o mercado.”
Na avaliação do presidente da Peixe BR, a reabertura é importante para a imagem do País. “O que nos preocupa é que isso cria uma imagem negativa para o nosso produto e o comprador começa a usar isso para pressionar preços”, disse o executivo.