Soja: Com disparada em Chicago, disponível testa os R$ 75 no porto de Rio Grande nesta 2ª feira
Por: Notícias Agrícolas
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago vêm ampliando seus ganhos na tarde desta segunda-feira (10) e, por volta de 13h55 (horário de Brasília), já subiam quase 30 pontos, com o vencimento novembro/17 valendo US$ 10,42 por bushel. Como explica o analista de mercado Miguel Biegai, da OTCex Group, de Genebra, na Suíça, há uma junção de fatores promovendo esse avanço das cotações no mercado futuro norte-americano.
Entre os principais, estão o clima quente e seco no Meio-Oeste dos Estados Unidos, a recompra de posições por parte dos fundos de investimento e mais o dólar em queda no Brasil frente ao real. A moeda americana, perto de 14h15, cedia 0,48% para ser cotada a R$ 3,26. E esse fator, porém, não impede que, nos portos brasileiros, as cotações também têm patamares ainda mais altos dos que os observados na última semana, quando também subiram.
A soja disponível, no terminal de Rio Grande, valia R$ 75,00 por saca e subia cerca de 2,04%, enquanto a safra nova tinha R$ 78,50 e alta de 1,29%. Assim, ainda segundo Biegai, os produtores brasileiros têm aproveitado para vir a mercado e vender parte de sua safra 2016/17. Em Paranaguá, as referências variavam de R$ 73,50 a R$ 74,50.
Bolsa de Chicago
"As previsões estendidas mostram clima quente e seco até o final de julho para o lado oeste numa abrangência maior incluindo o oeste de Iowa, o que certamente fará com que o mercado coloque agressivamente mais prêmio nos preços em CBOT a medida que o potencial de produtividade declina. Os dois modelos principais reduziram mais ainda as chuvas para os próximos 10 a 14 dias", explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.
Os mapas do NOAA para os próximos 6 a 10 dias, atualizados neste domingo (9), seguem mostrando as temperaturas bem acima da média para este período do ano, tal qual chuvas abaixo do esperado para a época. As condições, portanto, não são favoráveis para as lavouras americanas, que entram em fase de desenvolvimento no Corn Belt.
Além disso, essas previsões seguem estimulando uma mudança dos fundos em suas posições, os quais estão, ainda segundo informações apuradas pela Labhoro, vendidos em algo enrre 85 e 95 milcontratos de soja. "Esta posição vendida dos fundos pode ser um estopim nos preços se os mesmos resolverem jogar a toalha e reverter suas posições short para long", completa Sousa.
Nesta segunda-feira, no final do dia e após o fechamento do mercado, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras e a expectativa é de que seja reportado um novo declínio no índice de condições da soja em boas ou excelentes condições na casa de 2 a 3 %.