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Projeto identifica desafios da produção leiteira no Estado de Santa Catarina
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7 de julho 2016
Por CNA

Chapecó / Santa Catarina (07/07/2016) - A instabilidade das condições climáticas e o alto custo de produção têm sido os grandes vilões da produção leiteira, não somente em Santa Catarina, mas no País todo. Esse reflexo pode ser percebido na alteração do preço do leite. No Estado, somente em junho, o aumento foi de 7% com relação ao mês de maio, chegando a uma diferença variável de 7 a 9 centavos.

Diante disso, com o objetivo de aliar a capacitação dos produtores rurais à geração de informação para a administração dos riscos de preços, de custos e de produção leiteira, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), promoveu, nesta terça e quarta-feira (5 e 6) o projeto Campo Futuro com painéis sobre a “Pecuária de Leite”, nos municípios de São José do Cedro e Chapecó.

Assessor técnico de pecuária leiteira da CNA e zootecnista, Thiago Francisco Rodrigues

O projeto é desenvolvido, em âmbito nacional, pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e conta com a participação da Embrapa, da Epagri e dos Sindicatos Rurais. No oeste catarinense o projeto contempla as culturas de trigo, soja e milho e no sul do Estado, o arroz.

Raphael Denys Fava, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA)

Os painéis foram coordenados pelos analistas de mercado Wagner Hiroshi Yanaguizawa e Raphael Denys Fava do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) e pelo assessor técnico de pecuária leiteira da CNA e zootecnista Thiago Francisco Rodrigues.

Santa Catarina é o quarto Estado analisado este ano. Rio de Janeiro, Rondônia e Sergipe já receberam edições do projeto Campo Futuro. “O Estado catarinense integra a média nacional entre os sete maiores produtores de leite do País. Se analisarmos com relação aos custos, comparado aos outros três Estados, Santa Catarina tem um investimento maior, principalmente na alimentação dos animais. Além disso, possui uma pecuária com um bom nível tecnológico e trabalha com a raça Holandesa, a qual possui maior aptidão leiteira. Portanto, os indicadores técnicos de produtividade, comparado aos Estados em que já estivemos, é superior”, ressaltou o analista de mercado e pesquisador do CEPEA, Wagner Hiroshi Yanaguizawa.

Durante os encontros foram levantados dados de custos, de riscos e da manutenção das produções leiteiras, a fim de definir uma propriedade típica do Estado e, a partir disso, oportunizar a formalização de políticas públicas que deem suporte ao setor. “Os preços do milho e do farelo de soja estão em patamares bastante elevados e não existem expectativas de queda de preço para esse ano. Essa situação, aliada a questão climática, atrapalha a qualidade das pastagens e, consequentemente, reduz o volume produzido no período considerado de safra. Todos os dados que levantamos serão analisados e posteriormente o diagnóstico enviado às Federações”, observou Yanaguizawa.

José Araújo é produtor de leite há 9 anos. Sua propriedade, localizada na Linha Rodeio do Herval, em Chapecó, possui 60 bovinos em lactação o que gera uma produção mensal de 1.300 litros por dia. Assim como os demais produtores do Estado, Araújo sentiu os reflexos do alto custo de produção.

“Tivemos uma queda na nossa região na quantidade de leite produzido o que gerou um aumento no preço do produto que chega ao consumidor. Mas, esse reajuste é necessário para manter a produção e os produtores não abandonem a atividade”, avaliou Araújo. Segundo o produtor, o painel possibilitou uma análise do que está correto e como pode ser melhorada a atuação de cada produtor para garantir a qualidade e, consequentemente, a rentabilidade das propriedades.

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina - FAESC
http://www.faesc.com.br/

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