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Preço do açúcar em alta favorece regiões com forte base no setor sucroalcooleiro
Por: CEPER/FUNDACE
O preço do açúcar tem destoado das demais commodities que são relevantes na estrutura produtiva da economia brasileira, o que tem favorecido as regiões que tem forte base no setor sucroalcooleiro, como são os casos das regiões de Ribeirão Preto, Barretos e Araçatuba, por exemplo.
É o que mostra o boletim do Setor Sucroalcooleiro do CEPER/FUNDACE, que traz uma análise do setor sucroalcooleiro nos últimos dez anos e das safras de 2005/06 a 2016/07, sendo esta última baseada nas estimativas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em dezembro último.
Analisando a evolução dos preços do açúcar e do petróleo entre janeiro de 2007 e janeiro de 2017, nota-se uma queda acentuada do preço do açúcar a partir de meados de 2011, período de aprofundamento da crise internacional. Após atingir um vale, em meados de 2015, o preço do açúcar passou a apresentar uma trajetória de crescimento em decorrência da redução dos estoques internacionais em decorrência de um desbalanceamento entre oferta e demanda.
Na análise traçada pelo CEPER, é possível ver que, com a melhora do preço do açúcar a partir de meados de 2015, começa a haver uma recuperação da área plantada no Brasil em decorrência do crescimento que vem sendo notado no Centro-Sul do País. Após um período de retração, a produção começou a se recuperar, com previsão de safra recorde em 2016/17.
“A tendência é de crescimento também na próxima safra, visto que o preço das demais commodities seguem em baixa e, portanto, com produções menos atrativas em termos de retorno para o produtor”, avalia o pesquisador do Ceper Luciano Nakabashi.
Outras comodities
O Boletim mostra também que outras commodities agrícolas que possuem relevância na economia brasileira também passaram por forte retração de preços a partir de 2013 (milho) e 2014 (soja). Apesar de um esboço de recuperação no preço da soja em meados de 2016, nos últimos meses a tendência tem sido de baixa, enquanto que para o milho, seus preços não apresentaram recuperação, mantendo-se nos níveis mais baixos dos últimos dez anos.
A redução dos preços de várias commodities está relacionada a uma grande expansão da oferta devido aos seus preços elevados por períodos prolongados em um momento em que a demanda não acompanhou o mesmo crescimento devido à crise internacional que tem atingido vários países, incluindo China, principal mercado importador dos produtos brasileiros, e que também vem experimentando retração em sua taxa de crescimento.
“A queda do preço das commodities ajuda a entender a crise pela qual passa a economia brasileira. Porém, fatores internos têm se mostrado mais importante sobre o seu atual desempenho, visto que a retração do PIB tem sido muito maior em relação ao restante dos países da América Latina, países que também dependem fortemente da exportação de commodities”, avalia Nakabashi.
As expectativas, segundo o pesquisador, é que o cenário de déficit entre oferta e demanda se normalize ao longo de 2017, mas com os estoques ainda baixos, mantendo os preços nos patamares atuais ou com pequena elevação.