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Pesquisa avalia uso de feijão-caupi como forrageira no Nordeste
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Assunto é foco de doutorado realizado por egresso do Programa CNA Jovem

19 de julho 2017
Por Senar

Participante da primeira edição do CNA Jovem – programa de desenvolvimento de lideranças do Sistema CNA/SENAR -, Antônio Moreira Barroso Neto escolheu um tema relevante para a região Nordeste no seu projeto de doutorado, realizado na Universidade Federal do Ceará (UFC). O trabalho tem como foco o melhoramento clássico na cultura do feijão-caupi (popularmente conhecido como feijão-de-corda). Neto pretende identificar variedades da leguminosa que tenham potencial forrageiro, tendo em vista as qualidades nutricionais da cultura e a sua rusticidade para as condições adversas do semiárido.

Segundo ele, a espécie é muito cultivada no nordeste brasileiro como base da alimentação protéica de origem vegetal para população. Atualmente a cultura também tem se expandido para regiões como Centro-Oeste, sendo muito usada em grandes cultivos de entressafra. A pesquisa, que segue em fase inicial, busca selecionar genótipos do Banco Ativo de Germoplasma da UFC (BAG/UFC) que apresentem boas características para uma espécie de potencial forrageiro. Serão avaliadas 64 variedades do feijão. “O que nos falta é olhar o feijão-caupi com um outro olhar e ver o seu potencial para auxiliar na alimentação da pecuária da região”.

Neto explica que em países como os Estados Unidos, o feijão-caupi é basicamente usado como espécie forrageira. No Brasil, aponta ele, existem alguns casos no Rio Grande do Sul, onde os agricultores usam a cultura para melhoria de solo e para forragem. “O que se observa são poucos estudos no âmbito do melhoramento da espécie para finalidade forrageira. Neste sentido, tendo em vista este vasto potencial que a espécie tem, como teores de proteína que podem beirar os 26% e a baixa quantidade de lignina (fibra rígida de difícil absorção), resolvemos avaliar esta cultura e buscar estratégias de melhoramento que nos possibilite selecionar e, futuramente, lançar uma cultivar com esta finalidade”, destaca.

Pesquisa vai analisar características de 64 variedades da leguminosa

Influência do CNA Jovem

O jovem acredita que a sua pesquisa poderá contribuir não só no aspecto acadêmico, mas também promover mudanças e melhorias para o Agro. “São os questionamentos, as inquietudes, desejo de mudança e visão que podem lhe colocar como uma jovem liderança do setor. Um líder deve pensar além, fora da "caixa", enxergar novas possibilidades, e tudo isso está ligado com a proposta do CNA Jovem e com o que aprendi quando participei do programa”.

Na opinião de Neto, o CNA Jovem trouxe experiência fundamental para desenvolver o seu perfil de liderança. Mesmo sendo filho de produtor rural e com formação em Agronomia, ele percebia que faltava algo a mais, como entender e enxergar o setor agropecuário com uma visão “holística”. “No CNA Jovem tive a oportunidade de despertar meu potencial de liderança através de capacitações e do networking que fiz nestes espaços. Isso me deu uma visão das particularidades do setor nas diferentes regiões do Brasil, e os desafios inerentes a cada estado”.

A oportunidade de participar do Programa de Mentoria do Pós-CNA Jovem também despertou no jovem o perfil de líder e mostrou como desenvolver mais ainda essa qualidade para alcançar seus objetivos. “Sei que ainda estou em um processo de melhoria como líder e busco, a cada dia, desenvolver isso, estando sempre aberto a novos conhecimentos e buscando de alguma forma me inserir no setor de uma forma positiva, como um agente de mudança”.

Antônio Neto (à esquerda) com os outros representantes do Ceará na primeira edição do CNA Jovem

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