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Mecanização, gestão e sucessão familiar marcam visita à Nova Zelândia
Viagem técnica com os vencedores do CNA Jovem terminou nesta terça-feira
A elevada mecanização, a gestão eficiente e o processo de sucessão familiar nas propriedades da Nova Zelândia marcaram os vencedores do Programa CNA Jovem que visitaram o país. Depois de uma programação intensa de 10 dias, a viagem técnica chegou ao fim nesta terça-feira (14/3), quando o grupo iniciou o retorno ao Brasil.
Na bagagem, Izaura Freire Sales, Jaoquim Lima Neto e Morganna Miranda estão trazendo experiências e conhecimentos que jamais serão esquecidos. O roteiro passou por fazendas, centros de treinamentos e empresas, onde eles puderam aprender um pouco sobre o sistema produtivo da Nova Zelândia, principalmente na pecuária leiteira e na ovinocultura. Nos últimos dias da viagem, um dos destaques foi uma propriedade de leite onde dois brasileiros trabalham, em Christchurch.
Eles trocaram informações sobre as diferenças dos modelos de produção do Brasil e da Nova Zelândia com Pedro Paulo Vieira, um dos brasileiros que trabalha na fazenda, e também receberam dicas para melhorar a produtividade, a qualidade do leite e a rentabilidade dos produtores daqui. “Os quisitos importantes para se ter uma produção de leite boa é manter o bem-estar animal, cuidar a higiene e a manutenção permanente do sistema de ordenha, além de fazer o registro de todos os dados para facilitar a gestão”, recomenda o administrador.
Outra atração foi a visita ao Centro de Treinamento Agrícola de Taratahi, considerado o maior do país, localizado próximo a capital Wellington. A comitiva do CNA Jovem foi recebida por diretores da instituição e conheceu a estrutura do local. O grupo passou pela área onde os alunos recebem aulas práticas (que representam 80% dos cursos) com ovinos, caprinos e gado de leite.
A tecnologia presente em todos os processos na Nova Zelândia impressionou Izaura. “Conhecemos uma máquina que seleciona as ovelhas de acordo com o peso. As mais pesadas são automaticamente encaminhadas para a direita e, para a esquerda, vão as mais leves. Depois de separadas, elas já são vendidas direto”, conta ela.
Uma curiosidade que também chamou a atenção do grupo foi a utilização de cercas vivas, no lugar das tradicionais, para delimitar as áreas e produções. “Além da paisagem ficar linda, também purifica o ar e o protege o ambiente das lavouras”, analisa Morganna.
A chefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR, Andréa Barbosa, destaca os pontos que despertaram mais interesse dos jovens durante o roteiro: a alta mecanização na criação das vacas, a limpeza dos estabelecimentos rurais e o modelo de sucessão familiar que acontece na Nova Zelândia, onde os filhos precisam comprar a terra dos pais e trabalham como se fossem funcionários da fazenda. Na opinião dela, uma viagem como essa amplia os conhecimentos, mostra oportunidades de implementação de novas tecnologias e também de práticas simples que podem melhorar o desempenho do produtor e, consequentemente os resultados da propriedade.
“A Nova Zelândia é um país que valoriza os bons profissionais. O trabalho é feito com muita seriedade, mas o produtor também busca qualidade de vida para ficar com a família, viajar nas férias e cuidar da sua saúde. Para os nossos jovens ficou uma mensagem muito clara sobre a necessidade de serem competentes e que precisam falar inglês, pois as portas para o trabalho são por meio da fluência na língua”, ressalta.
“O que mais me chamou a atenção foi a educação das pessoas. A forma como nos receberam, a simpatia, a simplicidade e a humildade. Acredito que isso vem de um grande investimento na educação”, declara Jaoquim.
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