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Instrutoras de alimentação recebem treinamento sobre resgate cultural
SENAR Minas incentiva resgate da gastronomia mineira em Montes Claros
A perda da identidade cultural da gastronomia mineira por conta da globalização da cozinha, que busca rapidez, facilidade e preço baixo, uniformizando a alimentação, foi um dos pontos de discussão do encontro de instrutores de Produção Artesanal de Alimentos do SENAR Minas, realizado durante três dias em Montes Claros. O treinamento será realizado em três etapas, e esta é a primeira.
Participaram do treinamento ministrado pelas consultoras Mazarelo Carneiro de Miranda e Ana Maria Baldoni, 10 instrutoras de Uberaba, Patos de Minas, Lagoa Formosa, Governador Valadares, Jacinto, Januária e Montes Claros. O grupo trabalhou o tema resgate cultural, que vai ser incluído no plano instrucional do treinamento.
Segundo o coordenador de Promoção Social do SENAR Minas José Belas Gonçalves, a partir de agora o curso de Produção Artesanal de Alimentos vai promover o resgate cultural alimentar, os costumes gastronômicos locais e valores herdados dos antepassados dos participantes.
“O objetivo do curso é muito maior do que executar receitas, é valorizar a cultura alimentar promovendo antigas receitas de família, valorizando a produção local de alimentos e promovendo a história alimentar local, principalmente referente às produções gastronômicas típicas que caracterizam a região, valorizando o método de produção e o valor nutricional dos alimentos”.
A instrutora Luciana Figueiredo, de Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, vê a inclusão do tema resgate cultural no curso de Produção Artesanal de Alimentos como forma de aprendizado não só para os alunos, mas também para os instrutores, pois cada região tem seus costumes, hábitos alimentares, cultivos, temperos e culturas diferenciados. Exemplo disso são os Vales do Jequitinhonha, Vale do Mucuri, e Norte de Minas, que, apesar de estarem todos no polígono da seca, têm pratos típicos totalmente diferentes.
Para Maria Luz da Silva, de Uberaba, e Márcia Maria Ferreira, de Patos de Minas, o treinamento foi de extrema importância para nortear as instrutoras para o novo trabalho. O treinamento mostrou o que é fundamental na construção do resgate cultural, porque cada região tem culturas diferentes. Os pratos e bebidas típicas variam até dentro da mesma região.
Conforme Mazarelo, a proposta é que os instrutores, a partir de agora, provoquem em suas turmas durante os treinamentos uma reflexão a respeito da situação em que se encontra a gastronomia típica do local frente ao processo de produção de alimentos que não fazem parte da sua cultura, e possibilitar o resgate e a preservação deste bem cultural, que é nossa alimentação.
Assessoria de Comunicação do SENAR Minas
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