ALIMEN T AN D O O B R A SILEIRO

II Jornada Pedagógica do SENAR Minas reúne instrutores em Belo Horizonte

<p>O evento vai de 29 a 31 de mar&ccedil;o e est&aacute; sendo realizado no audit&oacute;rio da antiga sede do Sistema FAEMG/SENAR</p>

30 de março 2017
Por Senar

Aprender os desafios e técnicas para se trabalhar com o público jovem dos cursos e programas especiais do SENAR Minas foi o motivo que trouxe 35 instrutores de várias regiões a Belo Horizonte para participar da II Jornada Pedagógica – Ensino-Aprendizagem de Jovens e Adolescentes. O evento vai de 29 a 31 de março e está sendo realizado no auditório da antiga sede do Sistema FAEMG/SENAR.

A assessora pedagógica Mírian Rocha está conduzindo os trabalhos e a pedagoga e instrutora Solange Regina Pinto, especialista na educação de jovens em situação de risco, vai trabalhar diversos conteúdos com os profissionais nos próximos dias. O superintendente do SENAR, Antônio do Carmo Neves, fez a abertura oficial na manhã de quarta-feira (29). A jornada vem para aumentar o quadro de instrutores aptos a atender essa faixa etária nos cursos e programas, e como parte da preparação do Senar Minas para investir cada vez mais na formação desse segmento, inclusive visando à sucessão familiar no campo.

Os participantes são majoritariamente das áreas de Mecanização, Olericultura, Administração Rural, Segurança no Trabalho, Bovinocultura, Equideocultura e Cafeicultura. Após o treinamento, eles serão indicados para trabalhar nos programas Jovem no Campo, Formação por Competência e Aprendizagem Rural, além de, futuramente, atender também o Projeto Sucessão no Campo.

Ênfase nos jovens

Ao abrir a jornada, Antônio do Carmo Neves disse que o SENAR pretende dar mais ênfase ao trabalho com jovens nos próximos anos, pois “estes jovens vão estar à frente do agronegócio em um momento em que o mundo vai precisar muito do Brasil para alimentá-lo”. A forma como o campo produz hoje se modernizou muito, o que exige um processo de gerenciamento mais amplo; o jovem de hoje tem muita informação, mas é preciso aprender a trabalhar com eles para transformar essa informação em formação, acredita o superintendente. Como exemplo dessa necessidade, ele citou o interesse que diversas entidades vêm manifestando em trabalhar com esse público: “tem espaço e demanda para isso”, afirmou.

Para que não restasse nenhuma dúvida, Mírian Rocha, apresentou com detalhes os programas do Senar Minas direcionados para a juventude. Ela também repassou algumas características desse público, como o desejo por atenção, organização e limites, mas por outro lado o comportamento por vezes rebelde. “O jovem precisa ser cativado, conquistado. Vocês estão acostumados a trabalhar com adultos, mas a forma de trabalhar com jovens é totalmente diferente. Ele te instiga mais, você tem que ser muito mais dinâmico”, orientou Mírian.

A assessora também destacou a formação profissional desse jovem do campo como uma importante alternativa para que ele tenha trabalho e qualidade de vida, já que problemas antes considerados típicos de “cidade grande”, como uso de drogas, desemprego e violência, já ultrapassaram essas fronteiras. “Muitas vezes somos a única oportunidade que ele tem de ter um trabalho, uma carreira”, comentou.

Entender para atender

Na adolescência e juventude, fases intermediárias da vida, o indivíduo passa por mudanças físicas, sociais e psicológicas que ele não entende completamente, muito menos quem convive com ele. Sob o tema “Jovens e adolescentes: como trabalhar com esse público?”, a educadora Solange Regina explorou o conceito de adolescência, as pressões e conflitos sociais, transtornos, influências, relações e outras questões dessa população hoje, e ferramentas do dia a dia que podem ajudar o instrutor.

Solange chama a atenção para a individualidade de cada adolescente, que depende de vários fatores – com grande destaque para o histórico familiar e sua interação nesse ambiente. Para ela, a maior dificuldade de trabalhar com os jovens é que não entendemos seu modo de pensar – e é isso que a jornada pedagógica busca esclarecer.

A juventude como desafio

Nenhum dos instrutores convidados para a II Jornada Pedagógica participou da primeira jornada, em março de 2016, mas alguns já trabalharam com jovens no Pronatec ou em salas de aula de colégios e faculdades. As expectativas e experiências eram diversas, mas, para todos, trabalhar com jovens de forma a conquistá-los e tornar o ensino-aprendizagem eficaz é um desafio.

Caio Cintra, instrutor desde 2008 nas áreas de defensivos agrícolas e manejo integrado de pragas e doenças, já foi professor em um colégio agrícola e, recentemente, atuou o programa Aprendizagem Rural. O jovem instrutor não acha difícil trabalhar com jovens, mas admite que eles são bem diferentes. “Você precisa cativar a turma, mostrar para eles que você é um amigo, valorizar eles e o conhecimento que eles trazem. Em cada região, o perfil dos jovens é diferente, variando de acordo com as condições da região e o acesso à tecnologia”, ensina.

Na outra ponta, o experiente Rodrigo Otávio de Campos Barbosa, do alto de seus 21 anos como instrutor de mecanização e avicultura, vai trabalhar com esse público pela primeira vez. O desafio, para ele, é o perfil totalmente diferente das turmas adultas com quem está costumado a lidar. “O pessoal mais maduro já vai ao curso com um objetivo e ‘cercar’ o jovem é mais difícil. Vou ter que readaptar meu conhecimento para manter a dinâmica ativa. Não vejo dificuldade nisso, apenas preciso aprender como fazer”, avalia.

Assessoria de Comunicação do SENAR Minas