Café solúvel tem queda em volume embarcado no 1º bimestre de 2017
Por: Café Point
No primeiro bimestre de 2017, as exportações brasileiras de café solúvel acumularam queda de 26,4% no volume embarcado no primeiro bimestre de 2017 frente ao mesmo intervalo do ano passado. Foram remetidas 428.640 sacas de 60 kg ao exterior, contra as 582.317 no primeiro bimestre de 2016.
Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) e apontam que, em receita, as perdas do setor chegaram a 10,92% (US$ 9,444 milhões), com as remessas movimentando US$ 77.063.975,34 frente aos US$ 86.508.078,72 nos dois primeiros meses do ano passado.
Segundo a Abics, o setor vive um momento angustiante e de incertezas de abastecimento do café robusta, tanto que a queda ocorrida nesse primeiro bimestre reflete o pior resultado dos últimos 15 anos. “Vivemos um cenário de escassez de conilon no Brasil, o que poderá nos fazer perder a liderança nas exportações mundiais de solúvel, haja vista que nossos concorrentes se abastecerão de matéria prima de outras origens, especialmente de países asiáticos como Vietnã, Indonésia, Índia”, analisa Pedro Guimarães, presidente da Abics e diretor comercial da Cia. Cacique, maior exportadora de café solúvel do País.
O presidente alertou à época que o setor industrial de solúvel, se não tivesse o produto para realizar negócios futuros no exterior, perderia esses compradores, o que refletirá diretamente na renda dos produtores de conilon do Brasil. “O cliente perdido pelas indústrias brasileiras também representará perda aos cafeicultores, provavelmente de forma irreversível, pois implicará redução na demanda. Além disso, um cliente internacional perdido, dificilmente será recuperado, ou seja, perdem todos: produtores, indústria e o Brasil”, explica.