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Aprendizado como prêmio
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Vencedores do PER 2016 viajam à Argentina para conhecer os sistemas produtivos do país vizinho

26 de julho 2017
Por Senar

Os vencedores do Programa Empreendedor Rural (PER) de 2016 do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do paraná (SENAR/PR) tiveram uma rotina diferente. Entre 8 e 15 de julho, os três primeiros colocados no programa, Gustavo Freyhardt, de Porto Vitória (Sudeste); Hezion Eduardo Naiverth, de Paula Freitas (Sudeste); e Carolina Porto, de Maringá (Noroeste) estiveram na Argentina, onde puderam conhecer o sistema produtivo daquele país, com direito a visitas a propriedades rurais e agroindústrias. A viagem é a premiação aos melhores projetos de empreendedorismo na agropecuária paranaense.

O roteiro teve como primeiro destino Buenos Aires, onde assistiram às apresentações da cooperativa AFA (Agricultores Federados Argentinos) e do Instituto Nacional de Associativismo e Economia Social do Ministério de Desenvolvimento Social da Nação Argentina. Na ocasião, os três vencedores puderam conhecer mais sobre o sistema de produção argentino e a situação econômica do país vizinho, que sofre atualmente com a inflação alta.

No segundo dia na capital argentina, os produtores do Paraná visitaram o Mercado Central, onde é feita comercialização de olerícolas direto dos agricultores. Também puderam conhecer mais sobre a famosa carne bovina argentina e a preocupação dos nossos vizinhos com a qualidade deste produto.

Depois a equipe seguiu viagem para a região de Mendoza, conhecida pela produção de uvas, azeitonas e vinhos. Ao longo dos dias, os produtores conheceram vinícolas, parreirais e plantações frutíferas.

Os sistemas de irrigação que tornam a região desértica altamente produtiva chamaram a atenção dos visitantes. Segundo a médica veterinária Carolina Ferreira Porto, de Maringá, alguns dos sistemas de irrigação visitados na viagem podem ser instalados em seus pomares de noz pecã. Ela possui atualmente 200 árvores e está plantando mais 200 mudas. “Ano que vem pretendo dobrar de novo”, adiantou. Seu projeto no PER 2016 teve como eixo principal a geração de renda na propriedade por meio da diversificação, que já está ocorrendo.

Carolina também obteve conhecimentos valiosos na visita a uma propriedade que produz pistache, na qual conheceu sistemas diferentes de irrigação e podas de inverno.

A irrigação também chamou a atenção do produtor de frutas e hortaliças, Hezion Naiverth. “Lá eles têm escassez de água, mas conseguem uma grande produtividade”, observou. A água é um tema central no seu negócio.

Seu projeto, que levou o segundo lugar no PER 2016, consistia no investimento de um sistema móvel de irrigação para plantação de melancia. Depois de colocar seus planos em prática, ele contou que o resultado superou as expectativas. “Planejei um aumento na produtividade de 25%, mas já passou de 30%”, comemorou. Segundo ele, o conhecimento adquirido na visita à Argentina levará para a vida. “Vai ser difícil fazer outra viagem igual.”

O produtor Gustavo Freyhardt também se surpreendeu com o que viu no país vizinho. “As soluções que eles encontram para a falta de água me chamaram a atenção. É uma realidade bem diferente da nossa”, observou o jovem, que está terminando este ano o curso de Medicina Veterinária. Seu projeto, que levou o primeiro lugar no PER 2016, refere-se à produção de leite, o que não tem relação direta com o que foi visto durante a viagem. Mesmo assim, Freyhardt considerou as experiências adquiridas bastante valiosas para o dia-a-dia na propriedade. “A viagem mostrou para gente como a produção pode ser intensa mesmo em uma região desértica como a de Mendoza”, afirma.

Semelhanças

É curioso perceber que quando conhecemos realidades diferentes, muitas vezes o que acaba se destacando são nossas semelhanças mais do que as nossas diferenças. Um dos aspectos que mais marcou os produtores brasileiros ao conhecer os sistemas de produção argentinos foi a importância da sucessão familiar, que também é um problema para o país vizinho; as dificuldades em conseguir mão de obra adequada para as atividades rurais; e o caminho inevitável da mecanização (que já é uma realidade no manejo de uvas).

“Eles têm um programa para jovens agricultores bem parecido com o Empreendedor Rural, e também estão preocupados com a sucessão rural”, observou Hezion Naiverth.

Segundo o supervisor do SENAR/PR da região de Mandaguaçu, Salvador Stefano, que acompanhou e deu suporte ao grupo durante toda viagem, na Argentina, como no Brasil, a agricultura só é viável quando conduzida de forma profissional. “Saber os custos do seu negócio na ponta do lápis é fundamental, por isso o PER é importante”, avalia.

O PER

Anualmente, o SENAR/PR, em parceria com o SEBRAE-PR e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná (Fetaep), premia os melhores projetos de empreendedorismo no agronegócio do Estado. Ao longo do ano, os produtores que realizam o curso Empreendedor Rural, do SENAR-PR, aprendem a estruturar um projeto na sua propriedade. O objetivo é que os participantes coloquem na ponta do lápis todas as suas contas e estudem o ambiente econômico onde estão inseridos, de modo a orientar suas atividades empreendedoras de acordo com os estímulos do mercado. A gestão e o planejamento são ferramentas-chave neste processo. Depois de estruturados os projetos, os produtores podem inscrevê-los no concurso que premia as melhores iniciativas no final do ano, durante o Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais, realizado em Curitiba. Os três primeiros lugares recebem como prêmio uma viagem técnica internacional.

Assessoria de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR
http://www.sistemafaep.org.br

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