Alunos do curso Técnico em Agronegócio desenvolvem projetos para fortalecimento da cultura da banana
Um dos projetos identificou que os produtores têm perda de 30% a 45% com frutos fora do padrão de comercialização
Duas equipes de alunos concluintes do curso Técnico em Agronegócio do SENAR Paraíba desenvolveram projetos que, juntos, podem contribuir para o desenvolvimento da cadeia da fruticultura da banana. Os resultados foram apresentados durante a defesa dos trabalhos de finais, no início do mês de julho.
Um dos projetos identificou que os produtores têm uma perda de 30% a 45% com frutos fora do padrão de comercialização, mas que poderiam ser beneficiados. Foi isso que Cleverlan Pereira e Maria das Neves resolveram mostrar aos produtores de Machados, em Pernambuco.
“Quando a banana cai do cacho, por causa do amadurecimento, ela geralmente não é comercializada, mas ainda é própria para consumo. Com o que antes ia para o lixo, pode ser feito doce, torta com a casca da banana, os bombons que aqui conhecemos como ‘nêgo bom’, além de banana chips e artesanato com a palha”, explicou Cleverlan.
O projeto “Agregação de valor à cadeia produtiva da banana” nasceu da relação dos alunos com colegas de turma. Isso porque Emanuel Figueiredo e Fred Alves são naturais de Machados, e Emanuel tem bananais na sua propriedade e relatou suas dificuldades.
“Foi uma interação porque eles tiveram essa ideia de como melhorar, de como tornar o marketing, da produção da banana que Fred e Emanuel já tinham, mais atrativo. Cleverlan e Maria das Neves foram ao local, viram como era a comercialização, os subprodutos que podiam ser feitos com aquele material, algo que os próprios agricultores não vislumbravam”, comentou Poliana Queiroz, chefe do Departamento de Educação Formal do SENAR-PB.
A iniciativa que começou como análise apenas do caso de um colega de turma já se espalhou e hoje 6 agricultores já desenvolvem esses produtos derivados da banana. “O impacto positivo, com o aumento de renda deles, chega a 50% com esse beneficiamento. E ainda há possibilidades que não estamos explorando, como a produção de adubo, farinha e biomassa”, completa Cleverlan.
Mas, ainda segundo a aluno, apesar do incremento nos rendimentos, existem produtores que têm medo investir. Eles consideram a venda direta como um “dinheiro certo”. Só que muitos comercializam por meio de atravessadores, o que diminui o lucro. Esse é um dos aspectos analisados pelo projeto de Emanuel e Fred.
Em “Políticas públicas em apoio à baninicultura no município de Machados – Pernambuco”, os concluintes defendem a organização da classe produtora, a contratação de profissionais técnicos para acompanhamento dos agricultores e para prestar assistência, assim como o desenvolvimento de políticas mais eficazes para o setor.
“O produtor ainda tem muito prejuízo no cultivo, principalmente por falta de conhecimento. Falta a figura de um agente de desenvolvimento, que poderia ser desempenhada pelo próprio técnico em agronegócio para o desenvolvimento de projetos e receituário agronômico, por exemplo”, comenta Emanuel.
Os alunos esperam que com o fortalecimento da infraestrutura ao produtor impulsione eles a andarem com as próprias pernas. “Cerca de 90% da cidade é agrícola, com preponderância da banana, mas a secretaria não consegue atender tudo isso. Então, é preciso buscar o conhecimento por conta própria”, defende Fred.
Confira a reportagem sobre a apresentação dos trabalhos finais exibida no Canal do Produtor TV:
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