Agro teve retração de 6,6% no ano passado, informa IBGE
Por: Revista Globo Rural
A agropecuária levou um tombo em 2016. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a retração do setor foi de 6,6%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (7/3), o relatório do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao ano passado. O desempenho foi pior que o geral da economia brasileira, que apresentou retração de 3,6% (veja comparativo anual abaixo).
Na avaliação dos pesquisadores, o PIB da agropecuária brasileira sofreu os efeitos da queda de produção em culturas importantes como soja e milho. Em fevereiro, o levantamento da produção agrícola feito pelo instituto apontou uma redução de 25,7% no milho, de 1,8% na soja e 2,7% na cana-de-açúcar.
“Culturas importantes da lavoura registraram queda na estimativa anual de produção e perda de produtividade”, resume o instituto. Na direção contrária, culturas como trigo, café e mandioca tiveram aumento de produtividade.
Foi o primeiro resultado anual negativo da agropecuária em quatro anos. A queda anterior tinha sido registrada em 2012, de 3,1%. Naquele ano, a economia brasileira como um todo tinha registrado um crescimento de 1,9%, mostra a série história do IBGE.
4º trimestre
Comparando o quarto trimestre de 2016 com o mesmo período de 2015, o desempenho da agropecuária também foi negativo. A retração foi de 5%, também superando o resultado geral da economia brasileira, que foi uma queda de 2,5%.
“A taxa da agropecuária pode ser explicada pelo desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no trimestre e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida vis-à-vis a área plantada. Entre os produtos que registraram decréscimo na estimativa de produção anual de 2016 e perda de produtividade, destacamos: fumo (-22,2%), laranja (-4,6%) e cana de açúcar (-2,7%)”, diz o IBGE.
O único dado positivo do PIB setorial foi registrado na comparação dos dois últimos trimestres do ano passado. A agropecuária apresentou um crescimento de 1% enquanto a economia brasileira teve uma retração de 0,9%.