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Agropecuária brasileira já tomou 13% dos recursos do Plano Safra
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18 de setembro 2017
Por CNA

Por: Globo Rural

Produtores rurais contrataram R$ 25 bilhões em crédito nos dois primeiros meses da safra 2017/2018, 13% do total de R$ 188,4 bilhões oferecidos pelo governo no Plano Agrícola e Agropecuário da atual temporada. A informação foi divulgada pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura. No ano passado, 11% do valor oferecido no Plano Safra 2016/17 foi liberado entre julho e agosto. O valor também é 29% superior ao registrado em igual período de 2016.

"O desempenho do crédito rural na atual safra revela normalidade e aumento na demanda do produtor rural e de suas cooperativas por recursos para o financiamento da safra e investimentos para ampliação de sua capacidade produtiva", disse em nota o secretário de Política Agrícola, Neri Geller. Segundo Geller, apesar do recuo dos preços agrícolas, há expectativa de sua recuperação a médio prazo.

De acordo com o relatório da liberação de recursos da safra 2017/2018, as instituições financeiras liberaram 132.422 contratos de crédito de custeio, comercialização e investimento, ante 110.763 operações de julho a agosto de 2016. Para custeio e comercialização, foram concedidos R$ 20,7 bilhões, 29% acima do valor de igual período de 2016; para investimentos, R$ 4,4 bilhões (+30% na comparação anual).

Já o volume destinado à industrialização diminuiu 32,5%, para R$ 234 milhões. Considerando apenas custeio, a Região Sul foi a que mais tomou crédito entre julho e agosto (35%), seguida do Sudeste (28%) e do Centro-Oeste (21%). Quanto a financiamento para comercialização, 55% foram para o Centro-Oeste, 26% para o Sul e 14% para o Sudeste; no caso dos investimentos, 38% dos recursos foram adquiridos pelo Sudeste, 22% pelo Centro-Oeste e 21% pelo Sul.

Com relação ao dinheiro para industrialização, o Sul absorveu 70% dos recursos, seguida pelo Norte (22%) e Centro-Oeste (5%). As contratações por Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) atingiram R$ 5,3 bilhões, praticamente o dobro do liberado entre julho e agosto do ano passado, R$ 2,8 bilhões. O resultado decorre, segundo a secretaria, da maior emissão do título, criado para diversificar as fontes do crédito rural.

Do total contratado por LCA, R$ 2,2 bilhões se destinaram a operações de custeio, R$ 2,5 bilhões para comercialização, R$ 171 milhões para industrialização e R$ 390 milhões para investimentos.

Bancos privados

O volume de recursos liberados por bancos privados para custeio, industrialização e comercialização nos dois primeiros meses do ano-safra caiu 10%, de acordo com a secretaria, para R$ 6,7 bilhões. O resultado se deve à redução de 33% do volume de crédito com juros controlados liberado por essas instituições, para R$ 2,8 bilhões.

A queda foi limitada, porém, pelo aumento de 21% do volume de recursos com juros livres desembolsado, para R$ 3,9 bilhões. Em contrapartida, o montante concedido por instituições públicas aumentou 72%, para R$ 9,9 bilhões. Tanto o crédito com juros controlados como com juros livres concedido por estes bancos aumentou (54% e 292%, respectivamente).

O montante financiado por cooperativas subiu 41%, para quase R$ 4 bilhões. Quanto às linhas de crédito de investimento, operadas principalmente pelo BNDES e Banco do Brasil, as contratações do Inovagro somaram R$ 90 milhões (+733%), as do Programa ABC, R$ 146 milhões (+400%) e as do Moderinfra, R$ 43 milhões (+151%).

Para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), foram desembolsados R$ 543 milhões em julho e agosto, ante R$ 135 milhões no mesmo intervalo de 2016 (alta de 302%). As aplicações no Moderfrota, voltado a financiamento de maquinário, se situaram em R$ 1,4 bilhão.

Culturas

Segundo o Ministério da Agricultura, 57,5% do total concedido em custeio até agora foi destinado à cultura da soja (o cálculo não considera recursos do Pronaf); insumos para cooperados absorveram 6,9%; milho, 6,8%, cana-de-açúcar, 5,8%; café, 5,1% e arroz, 4,4%. Quanto aos produtos pecuários, a maior parte dos recursos de custeio, 77,7%, foi tomada para a atividade pecuária; em seguida é apontada a avicultura, que absorveu 8,5% do total.

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